domingo, 30 de dezembro de 2012

Allo Allo faz 30 Anos





A genial sitcom “Allo, Allo” faz hoje 30 anos. Foi a 30 de Dezembro de 1982 que René Artois nos deu pela primeira vez as boas vindas ao seu café na pequena vila de Nouvion, numa França ocupada pelas tropas nazis em plena Segunda Guerra Mundial.



 

David Croft e Jeremy Lloyd são os mentores desta brilhante série da BBC, em exibição de 1982 a 1992, que nos mostrou um lado bem diferente e humorado de tão devastador conflito.

Segundo consta o propósito da sitcom não era brincar com a Segunda Guerra Mundial mas sim parodiar outros programas sobre o tema como o drama da BBC “Secret Army”.

Apesar de ser um petiz nos primeiros anos da série, cedo fui descobrindo os seus encantos e divertindo-me renovadamente cada vez que revi a série. Mesmo hoje, conhecendo cada episódio de fio-a-pavio, sei que a gargalhada está garantida.


Para a história ficam incríveis personagens e tiradas que não nos cansamos de repetir:

René Artois (Gordon Kaye): O dono do café onde se cruzavam alemães, resistência e aliados, é também o mais improvável pinga-amor que poderíamos imaginar. Casado por conveniência com a insuportável Edith (nunca nos esqueceremos do “You stupid woman!”), René exercia uma estranha aura de fascínio sobre as mulheres (e sobre o enfeminado e medroso Lieutenant Hubert Gruber; Guy Sinner ) começando pelas sensuais criadas Michelle e Yvette. 


Personagem dono de uma proeminente barriga, meio estrábico, e com um assinalável bigode, René não hesitava em auxiliar as duas fações, tudo para se manter a salvo. Cobarde o quanto baste, René tornar-se-ia ainda assim um improvável herói da Resistência muito pela forças das circunstâncias que muito o ultrapassavam. Para além disso era ele que escondia o muito ambicionado quadro “ The Fallen Madonna with the Big Boobies” de Van Klomp com que todos sonhavam lucrar depois da Guerra.


Edith Melba Artois (née La Fan) (Carmen Silvera) – A mulher de René e uma cantora de cabaret falhada, isto apesar de crer piamente nos seus dotes vocais. O que é certo é sempre que entoa uma canção põe toda a gente a fugir ou como fazem os oficiais alemães, nada como um pouco de queijo nos ouvidos para tapar qualquer som. 


Ciumenta pela atenção de que René é alvo, acredita em todas as mais inolvidáveis desculpas deste. É alvo) do amor declarado do cangalheiro Monsieur Alfonse (Kenneth Connor) – "Alfonse, undertaker, swiftly and with style, vitima do seu frágil coração que o faz desmaiar “my dicky ticker".


Madame Fanny La Fan (Rose Hill) – A rabugenta (e surda que nem uma porta) mãe de Edith, sogra de René (a quem este gentilmente apelida de “you old bat”), em cujo quarto no sótão do café se escondem os pilotos da força aérea britânicos Fairfax and Carstairs (John D. Collins and Nicholas Frankau) , isto para não falar no clandestino aparelho de rádio para comunicar com Londres.  


Madame Fanny, que só sai da cama esporadicamente para substituir Edith nas suas intervenções musicais (diga-se com igual ou pior resultado), não dispensa o seu Gin e é lesta a mostrar o seu desprezo, cuspindo sobre os alemães e colaborantes ("The Gestapo, I spit on zem"). 

Quando quer fazer-se ouvir dispara a bater com a bengala no chão enquanto entoa um lamentoso "Will nobody 'ear the cries of a poor old woman?"


Agente Crabtree (Arthur Bostrom): O infiltrado espião britânico, disfarçado de polícia local, com uma muito peculiar pronúncia “francesa”. O saudoso “Good Moaning” ou “I was pissing by our café” ou ainda “It was a dick night”, entre outras expressões, fazem-nos de imediato rir. 


Michelle “de la Resistance” (Kirsten Cooke): “Listen very carefully, I shall say this only once”. Quem não se lembra desta tirada?
A dura e corajosa líder da Resistência local, fazia sempre a sua “discreta” entrada pela janela das traseiras do café. Munida de gabardina e boina preta, parecia não haver quem lhe metesse medo…talvez só temesse a meia paixoneta que parecia nutrir por René.


Herr Otto Flick (Richard Gibson): O sinistro oficial da Gestapo, afilhado do temido Heinrich Himmler . Vestindo uma gabardine preta, de óculos e expressão séria, Otto Flick era tao conhecido pela sua crueldade como pelo seu exagerado coxear (aliás marca dos operacionais da Gestapo na série). 


 Provido de tantos sentimentos como um bloco de cimento, Otto Flick não escapava ainda assim a uma paixoneta pela atraente pela soldado Helga Geerhart (Kim Hartman), secretária do corrupto Coronel Von Smallhausen (Richard Marner) , com quem planeava casar depois da Guerra. As curvas de Helga e a vasta selecção de lingerie não deixavam ninguém indiferente.


A lista de personagens emblemáticos é longa e, além dos já referidos, não nos esqueçamos do apalermado e pseudo-galã  Capitão  Alberto Bertorelli (Gavin Richards), do “mestre dos disfarces” Monsier LeClerc (Jack Haig) “It is I, LeClerc”, e do impiedoso Major-General Erich Von Klinkerhoffen (Hilary Minster).

Deixo-vos aqui o episódio especial feito em 2007, um reencontro especial:



quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sexo...Seguro?


Sabia que ferir-se durante o sexo pode ser um acidente de trabalho?



É verdade, isto pelo menos se viver na Austrália. Enquanto por cá se retiram direitos e regalias aos trabalhadores os aussie mostram-nos como é e até lhes conferem novos direitos.

Tudo remonta a Novembro de 2007 quando uma funcionária pública se deslocou numa viagem de trabalho e acabou envolvida com um homem num quarto de motel que havia sido reservado pelo seu empregador…é o que dá marcar hotéis baratos!

Ora a rapariga que não devia ser muito afoita, kamasutra por certo não é com ela, acabou por ferir-se quando uma lâmpada caiu do tecto e a feriu na cara e no nariz. Como se isto não bastasse sofreu profundas “sequelas emocionais” passando, imagine-se, a sofrer de problemas de depressão e ansiedade!

Depois de uma batalha legal de 5 anos, o colectivo de juízes do Tribunal Federal da Austrália veio agora confirmar a decisão de um tribunal inferior que havia considerado o “incidente” como tratando-se de um acidente de trabalho. Para o tribunal a questão não era se a funcionária tinha passado a noite a manter relações sexuais ou a jogar às cartas, porque em qualquer dos casos "estava em trabalho".

Ora estou mesmo a ver o que isto pode dar:

Mulher para Marido (ou vice-versa): “Eu não acredito que me trocaste por aquela vadia, como foste capaz?”; Resposta “Ó querida não te preocupes que tenho um bom seguro, ainda por cima estás sempre a dizer-me que ando com um ar cansado. Sempre são uns dias que posso ficar em casa.”

As empresas e as seguradoras é que não devem achar piada nenhuma à brincadeira. Tenho para mim que cintos de castidade, votos de celibato e outras medidas inibitórias como creches no local de trabalho (e filhos em viagens) vão passar a ser prática standard.

Passando do 8 ao 80, o que dizer da decisão tomada pelo Supremo Tribunal do Iowa, EUA, que considerou que o despedimento de Melissa Nelson, uma ex-assistente num consultório dentário, por alegadamente ser demasiado “irresistível” e “uma ameaça ao casamento do patrão” não é ilegal?
 
 
Melissa Nelson, de 32 anos, foi contratada em 1999 por James Knight.

Ora parece que o dito Mr. Knight ficava muito nervoso na presença da assistente, tendo vindo a alegar em tribunal que pediu várias vezes à funcionária para se vestir de forma diferente, com roupas menos justas e reveladoras.

A mulher de Knight terá descoberto em 2009 que o marido e Melissa trocavam mensagens (que ao que parece de sexual pouco tinham) e terá então exigido o despedimento da funcionária, o que aconteceu efetivamente em 2010.
A nossa amiga Melissa, que diga-se de “irresistível” não terá assim tanto, veio com razão mostrar o seu desagrado com a decisão do Tribunal que não considerou que se estava na presença de um caso de discriminação sexual.
Ora isto mostra duas coisas:

Que os tribunais australianos são muito mais avançados (e danados para a brincadeira) do que os americanos e que a nossa amiga Melissa vai por certo apanhar o primeiro voo para Sidney assim que acabar de ler o artigo da Cabana do Paraíso ;)

P.s. Já me ia esquecendo a nossa amiga australiana continua com uma depressão e ainda não voltou ao trabalho. O seu nome é que não foi divulgado, por motivos de privacidade.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Swinging Out of the Crisis?


Ouvi há momentos na SIC Notícias que o Swing (calma...estou só a falar da dança...) tem ganho cada vez mais adeptos na Grécia. Já se apelida a nova moda de "Swinging Out of the Crisis", dado o swing ter surgido igualmente numa altura de colapso / crise financeira à escala mundial. Estávamos no início dos anos 30, em plena "Grande Depressão", após o crash da bolsa de Nova Iorque na fatídica 5ªfeira negra de 24 de Outubro de 1929.
 
Será que a moda vai pegar em Portugal?

Quanto à vocês não sei mas eu optaria antes pela Lambada, sobretudo aos nossos governantes e muito dos pseudo-especialistas que por aí debitam alarvidades sobre a crise e a austeridade. É caso para dizer "ai aguenta, aguenta!"



(Henrique Monteiro; Sapo Cartoons)

domingo, 23 de dezembro de 2012

Merry Xmas Everyone!



A Cabana do Paraíso deseja a todos os actuais e futuros leitores um Feliz Natal na companhia de quem mais gostam. 

Para assinalar a data nada melhor do que pegarmos no clássico "Santa Claus is coming to Town" e darmos-lhe um twist de irreverência na voz do inconfundível "The Boss", Bruce Springsteen. 




Beijos e abraços


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

So the World is Going to End…Again!




Ora parece que o Mundo acaba hoje, o que é uma chatice porque este ano até tinha conseguido despachar as prendas de Natal a tempo. Não há direito!
 
Sobrevivemos ao bug do novo milénio e ao que consta livramo-nos doutro cataclismo qualquer no dia 12 mas parece que desta é mesmo de vez. Hoje tudo acaba!


De onde partiu então este tão propalado fim do mundo? 


A justificação segundo o que dizem está no calendário Maia. E não vos estou a falar da nossa “querida” taróloga nem da abelhinha que fazia furor nos anos 80 mas sim da civilização com o mesmo nome, que estabeleceu raízes no norte da América Central, reputada pelo seu dinamismo cultural e avanço científico, tendo deixado um importante legado pela sua língua escrita, arte, arquitectura, matemática e conhecimentos astronómicos (não, já vos disse, esqueçam a Maya, isso é astrologia!). 


A civilização maia conheceu o seu apogeu entre os anos 250 e 900 d.C. Depois no início do século XVI vieram os “nuestros hermanos” e varreram o que sobrava de uma sociedade que há muito tinha entrado em declínio.


Mas voltando ao tema, que hoje o dia acaba e não há tempo a perder. Segundo os eruditos a data de 21 de Dezembro assinala o fim do ciclo maia "13 Baak t'un", que começou há 5.125 anos, e começa outro, já que os maias faziam uma contagem linear do tempo, mas circular, o que significa que um novo ciclo começa no ponto em que termina o anterior.


Ora aqui é que começa a bronca. Uns “alegados” especialistas na cultura maia juram a pés juntos que deste ciclo não passaremos, isto segundo a interpretação feita a alguns vestígios arqueológicos encontrados. Do outro lado temos os nativos que defendem que o 'oxlajuj Baak t'un' (ou mudança de era maia) "implica realizar mudanças profundas a nível pessoa, familiar e comunitário para [atingir] a verdadeira harmonia e equilíbrio entre os seres humanos e a natureza”, tudo o resto é folclore e propaganda.


O que é certo é que entre a insanidade e a verdade toda uma indústria se desenvolveu à volta desta efeméride. Desde pacotes turísticos especiais a edições limitadas de vinho, desde home-made bunkers a modernas “arcas de Noé” tudo tem servido para fazer dinheiro.


Difundido pelos média, redes sociais, bem como por profetas da desgraça e seitas do último dia, parece ter-se instalado algum nervosismo em certas cabecinhas, ao ponto da própria NASA ter vindo a publico desmentir que o Apocalipse estava por dias.


Para aqueles que acham que não passamos de hoje, deixo-vos as seguintes perguntas:


  • Se o mundo acaba dia 12 como é a questão dos fusos horários? Uns acabam a 12, outros a 11 ou 13?
  • Rebenta tudo de vez (fim do mundo à bruta) ou vai por etapas (fim do mundo mais fofinho)?
  • E qual será o derradeiro cataclismo? A chuva de meteoritos ou a horda de zombies?




Bem pelo sim pelo não é de levar um bom protector e no caso dos mortos-vivos já se sabe…é apontar à cabeça, não tem nada que enganar. O corpo está morto e o cérebro ainda resiste, curiosamente ao contrário de alguns vivos que andam por aí.

E porque há que aproveitar até ao fim aqui vai a hilariante proposta da Diesel - "Get it While You Can".  Um mini-filme de pouco mais de um minuto criado pelos realizadores Jonny & Will nomeados pelos BAFTA awards:

 



Para finalizar (ui a expressão que fui buscar), deixo-vos com o som inconfundível dos REM. Até mais logo…ou não!


 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Barack Obama - Person of the Year 2012



Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, foi designado hoje  "personalidade do ano" pela revista Time, uma distinção que já tinha recebido em 2008.

Reeleito em novembro para um segundo mandato de quatro anos, é "o símbolo e, em alguns aspetos, o arquiteto da nova América", refere a revista norte-americana. 

"Em 2012, (o presidente) criou e trabalhou uma nova maioria, transformou fraquezas em oportunidades e procurou, no meio de grande adversidade, unir o país", escreve a Time no seu 'site'.

O ambiente é em tudo diferente da euforia que se vivia em 2008, o tempo do "Yes We Can", em que não só os americanos mas todos nós de uma maneira geral queriamos acreditar que uma verdadeira mudança estava em curso.


Das polémicas referentes ao não encerramento da Prisão de Guantánamo à prematura atribuição do Nobel da Paz, do difícil parto do ObamaCare à difícil convivência com maioria republicana na Câmara dos Representantes, Obama cedo descobriu que a política não se coaduna com boas ideias e boas intenções e é definitivamente um espaço onde o jogo sujo impera e tudo se decide nos bastidores

Numa conjunta macroeconómica complicada e continuando a contar com um feroz, e porque não dizer vergonhoso, bloqueio republicano, Obama terá de fazer das fraquezas forças e continuar a implementar as suas reformas em temas tão dispares como o ambiente, saúde, emprego e educação.

A título de curiosidade, da shortlist para esta distinção constavam também os nomes de Tim Cook, o novo CEO da Apple, Malala Yousafzai, a jovem rapariga paquistanesa que ousou enfrentar militantes taliban e o contestado Mohamed Morsi, o novo presidente egípcio.