Milhares de pessoas desesperam junto a um gradeamento, a uma barreira… O espaço é inexistente, o ar rarefeito! Homens, mulheres e crianças comprimem-se em poucos metros, deixando escapar gritos de dor, de desespero…A esperança reside a escassos metros, a espera pode estar a terminar mas nem todos vão chegar ilesos ou sequer chegar ao seu destino!...Silêncio, as portas abrem, a multidão corre desenfreadamente, é diminuto o espaço onde poucos se atropelam e gladiam rumo à esperança de uma nova vida…Foi assim esta sexta-feira em que milhares de refugiados sírios, esses fundamentalistas e inimigos da liberdade, irromperam junto às grandes superfícies comerciais nos Estados Unidos…Perdão?! Pode repetir isso outra vez?! Hmmm, peço desculpa, afinal não são refugiados escapando à barbárie, fintando a morte em busca da liberdade, mas sim hordas de consumidores desenfreados, lutando entre si, sem pejo de pisar aqueles que caem por terra, tudo na ansia de deitar as mãos a um novo ecrã plasma, smartphone, electrodomésticos ou roupa de marca a preços infinitamente (ou aparentemente) mais reduzidos do que o seu custo normal de venda….Bem-vindos à Black Friday, o dia em que a humanidade (ou melhor os norte-americanos) mostram o pior da existência humana, se é que assim podemos considera-lo!
Batalhas campais tomam espaço entre prateleiras e artigos em exposição…Funcionários, seguranças e polícias mostram-se impotentes para controlar os inacreditavelmente violentos energúmenos, sexo, classe social e idade não discriminando, capazes de tudo por uma pechincha. Punhos, tasers, armas brancas e de fogo, tudo vale nesta corrida contra o tempo!
Detidos, feridos e mortos…sim há casos para contar, são contabilizados numa triste estatística que todos os anos se repete desde que a mítica Black Friday (terá sido nos anos 90 em Filadélfia) foi criada, assinalando o primeiro dia de compras de Natal após, imagine-se a ironia, o dia de Acção de Graças.
A “tradição” vem-se alargando a outros países e geografias, sendo que Portugal já faz parte do registo, felizmente, pelo menos por enquanto, sem as trágicas e infelizes consequências que vemos na Home of the Brave and Land of the Free!
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