sexta-feira, 15 de maio de 2015

Orgulhosamente em Desacordo!


“A minha pátria é a língua portuguesa” afirmava Pessoa…

Sou eminentemente contra o acordo ortográfico. Qual a razão que o preside excepto um aparente servilismo por demais enraizado na sociedade portuguesa...Como se não fora bastante já sermos economicamente colonizados! Isto tudo, claro, sob as vestes de uma pseudo promoção da lusofonia. 

A riqueza de uma língua faz-se pela sua diversidade e não pela imposição pela força de acordos políticos filtrados por meia dúzia de iluminados. 

A evolução da língua é algo que deve ser natural, não imposto, decurso da normal passagem do tempo. Há palavras que se perdem, vocábulos que se ganham, grafias que se alteram. Tem sido assim ao longo de séculos. 

Este acordo é, na minha opinião, desadequado, despropositado e, creio, inconsequente no objectivo que se pressupõe atingir. 

As línguas espanhola, americana, francesa, enunciando algumas, mantêm a sua influência sem que para tal tenha sido sequer congeminada a feitura de um acordo.

Imaginamos nós um americano impor a um inglês (ou ainda que vice-versa) a sua forma de escrever? Ou porque não um argentino a um espanhol? 

Para os acérrimos defensores do Acordo Ortográfico expliquem-me por favor, para além da questão da supressão das consoantes mudas (para mim graficamente atroz), o que leva por exemplo a passarmos a utilizar minúsculas ao invés de maiúsculas ao escrevermos os meses e estações do ano, os pontos cardeais? Que razão subjaz à eliminação de acentos agudos no ditongo “oi” em palavras graves, bem como dos acentos circunflexos nas formas verbais graves terminadas em “eem”? Porque escrevemos agora “pára e “para” da mesma forma, assim como “pêlo” e “pelo”? Que fizeram os “hífens” para merecem ser escorraçados?

Se estamos numa óptica de mero facilitismo e (pretensa) universalidade, porque não optarmos pela linguagem das sms ou virtual…É mais prática, poupa tempo e permite a qualquer ignorante passar por um utilizador intermédio. 

O certo é que continuaremos a ver escrever cada vez pior. Lamentável a enormidade dos erros que detectamos diariamente, ao qual não escapam sequer as publicações ditas referência….Agora sempre terão a desculpa de dizer...”Ah, sabe julgava que agora se escrevia assim com o acordo ortográfico!

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