Hoje deparei-me com o genial jogo de
tabuleiro “Vem aí a Troika. Uma bem-humorada “sátira da dinâmica de poder,
pressão e influência, que dominam a vida de uma sociedade democrática”.
O cenário é Portugalândia, “um país onde podem
existir líderes corruptos e incompetentes, interesses financeiros obscuros
e grupos de interesses que se estão nas tintas para o país, provocando a
bancarrota do Estado e a vinda da Troika”. Segundo os criativos da empresa
Tabletip Games “Qualquer semelhança com factos, entidades ou pessoas reais é
mera coincidência”. Eu diria, neste caso ,que a ficção cada vez mais se confude
com a realidade e porventura seja até bem mais lisonjeira em muitos casos.
No tapete do jogo cada jogador representa “um
mais ou menos obscuro grupo de interesses que através de manipulação política,
social e económica tenta ganhar poder, votos e dinheiro”. Segundo as regras sairá
vencedor o jogador que acumular mais pontos criando a sua teia de influências,
gerando consensos políticos, vencendo eleições, acumulando dinheiro e títulos
de depósito em paraísos fiscais (offshores).
O jogo chega às lojas já esta 2ªfeira, dia 3 de
Dezembro, e é por certo uma excelente sugestão de Natal.
Quero dar os parabéns à empresa Tabletip Games e até
lhes junto umas ideias, free of charge, para
próximos lançamentos:
A Merkel manda (versão do
popular o Rei manda / Simon says);
Traga-Cavaco (as pequenas
bolinhas substituídas por mini bolos-rei);
“Quem é Quem” versão Processo
Casa Pia (muito útil para ajudar as vítimas a melhor identificarem os seus
alegados abusadores…tem bigode?...é careca?...usa boina?...);
O “Relvas” Sabichão (responde a
tudo por equivalência);
Mikado para desempregados (com pontas mais afiadas consoante o grau de
desespero);
Mini Batalha-Naval de Portas
(jogo chega ao fim quando se afundam os 2 submarinos);
Tabuada do Gaspar (ao invés do
simpático Ratinho);
Cluedo, edição "Quem roubou o dinheiro aos contribuintes?!"
Alguém me explica que compulsiva
estupidez estará por trás do inexplicável divórcio entre os condutores
portugueses e o pisca?
Será algum trauma de infância
envolvendo uma gambiarra de Natal?
Uma surpreendente inaptidão motora
que torna difícil a coordenação pedais, mudanças, volante, piscas?
Um fashion statement contra o
piscar enfadonho e monocromático?
Adiante… Por mais imaginativos
que pudéssemos procurar ser, tudo se resume no fim ao mais elementar primarismo
e puro desrespeito pelos outros, infelizmente replicado em toda uma postura irresponsável
perante a condução (porque não dizer, perante a própria vida).
Meus caros aquela luzinha tem um
intuito, não está lá por mera decoração, nem é de certeza mais “uma mariquice
que se lembraram de inventar”. Como não somos todos adivinhos, nem prevemos o
futuro, dá um jeitaço percebermos para onde o carro do lado decide ir (então nas rotundas é um mimo). Lamentavelmente
nem o facto de ser um comportamento sancionado por lei parece dissuadir os mais
idiotas.
Já dizia Einstein "Only two things are infinite, the universe and human
stupidity, and I'm not sure about the former”.
Hoje, dia 25 de Novembro, assinala-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, um flagelo que continua a minar de forma intolerável a nossa sociedade dita "desenvolvida". Dura mas pragmática esta campanha da APAV, símbolo de que uma imagem vale mais do que mil palavras.
Porque somos todos filhos, pais, irmãos, maridos e namorados de alguém, é nosso dever enquanto homens não pactuarmos com esta situação e não permitirmos que o silêncio e a vergonha continuem a mascarar situações como estas.
O jogo Benfica-Olhanense desta
noite foi pautado do início ao fim pelo rebentamento de petardos. Mais do que
um jogo de futebol parecia que estávamos a assistir a um exercício militar, tal
era o estardalhaço. Felizmente a cada novo “disparo” seguia-se um ensurdecedor
coro de assobios condenando tão ignóbil atitude.
Gostava de saber, aliás alguém me
explique por favor, que doentias mentes estão por trás destes rebentamentos.
Quem é o idiota que sai de casa a pensar, “bela noite para assistir a um jogo…cachecol
confere, bilhete confere…porra que já me ia esquecendo dos very-light!”
Sabemos o quão difícil é detectar
estes perigosos artefactos à entrada dos estádios, dado o seu diminuto tamanho.
Ao que parece há quem os esconda nos sapatos ou mesmo na roupa interior, uma
pena nenhum detonar precisamente nestas alturas.
Quem vai para um estádio de
futebol munido de explosivos como se fosse entrar num campo de batalha só pode
ser um reles criminoso, imbuído do mais elementar desrespeito pela vida humana. Gente como esta não gosta certamente de futebol e deverá ser
para sempre banida.
Pode-se fazer muito para combater
este flagelo. Denuncio desde já a falta de coragem do legislador e sobretudo
dos próprios clubes em expor e terminar com este deplorável estado a que chegou
o futebol. Nos estádios, principalmente nos mais modernos, há câmaras de
segurança por todo o lado, isto já para não falar nas inúmeras câmaras de
televisão. Porque é que não há “tomates” em expulsar de vez estes energúmenos do
desporto-rei. Que letargia é esta que contagia os principais dirigentes
desportivos? A meu ver devem ser corresponsabilizados pela negligência ou mesmo
compadrio com estas situações.
Veja-se o exemplo das claques organizadas. Passeiam-se
impunemente à frente de tudo e todos, fazendo o que bem querem, portando-se
como verdadeiras milícias. Pinto da Costa tem nos Super Dragões uma espécie de
escolta pessoal. Às claques do Benfica e do Sporting (particularmente os No Name
e a Juve Leo) é permitido fazer quase tudo, pressionando e ameaçando jogadores,
treinadores e dirigentes quando as coisas não correm bem. Os White Angels do
Vitória de Guimarães parecem ter-se tornado especialistas em apedrejamentos e
perseguições na autoestrada.
Que falta fazem estes grupos ao futebol?
Quem deles toma parte? Diria que na maioria uma cambada de vândalos e primatas
para quem o futebol está longe de ser a primeira preocupação. Por demais são conhecidos os casos de violência
gratuita entre claques de clubes rivais, quando não entre facções antagónicas
do mesmo clube. Isto já não comentando as já conhecidas ligações à
extrema-direita de muitos dos seus elementos.
Nunca hei de me esquecer da
afirmação que um ultra belga fez ao ser entrevistado para um documentário sobre
holiganismo. O momento era o Mundial de Itália 90: “Eu nunca liguei ao futebol até
entrar para uma claque. Aliás continuo a não gostar, o que me interessa é poder
andar à pancada”.
Confesso que já vi uma partida ao
lado de uma claque e o que mais me surpreendeu na altura foi o total
desinteresse pelo jogo, contava-se pelos dedos o número de vezes que olharam
para o relvado (provavelmente nem saberiam o resultado ou mesmo quem estava a
jogar). O foco das atenções era a claque e os adeptos adversários com quem iam
sendo trocados os mais básicos impropérios e prometidos violentos ajustes de
contas logo que terminado o jogo.
O futebol gera ódios e paixões, é
um facto. Sou fanático pelo meu clube, o Benfica, e a selecção. Rejubilo com as
vitórias, sofro com as derrotas mas tudo dentro dos limites do saudável e de um
mínimo racional. Não andarei por certos aos tiros ou darei uma bofetada em casa
porque o jogo não correu bem.
O futebol deve ser sinónimo de paixão, de
festa, de momentos bem passados. Um espaço de convívio para país e filhos, para
famílias e amigos. Um espectáculo onde a única “batalha” deve ser a que ocorre
entre as quatro linhas que demarcam o relvado.
É tempo de por fim a este degredo
e incentivo à violência que mancha o bom nome do futebol. Para
um novo ciclo que se precisa basta haver vontade. Vontade (política) e coragem
daqueles que se movem ou são eles mesmos os centros decisores do quotidiano da
modalidade. Esperemos que não seja precisa (mais) uma tragédia para que algo
comece a mudar.
A primeira vez que me deparei com este nome foi em 2007
quando decidi ir visitar uns amigos a Manchester. No grupo alguém sugeriu ir jantar ao Nando’s, o que pareceu merecer a concordância de
todos e da minha parte uma grande interrogação: “O que é o Nando’s?”
Explicação rápida...”É um restaurante de comida
tradicional portuguesa” e lá fomos.
Ao chegar a primeira surpresa. Pensei que me aguardava um restaurante num estilo algo rústico, típico e não certamente na
estrutura de franchising que o Nando’s é.
A segunda surpresa…A tão afamada comida portuguesa não
mais era do que o, imagine-se, frango no churrasco, o ex-libris da casa. Confesso que nunca identificaria tal “iguaria”
como sendo comida tradicional mas talvez esta seja a pura constatação de que as
ideias mais simples são aquelas que produzem melhores resultados.
Encontramos outros pequenos apontamentos nacionais como
os clássicos pastéis de nata, os vinhos e algumas bebidas portuguesas (caso da Sumol e da Sagres) mas o que dá nome à casa, a pièce de résistance, é sem dúvida o frango. O “nobre” galináceo é
preparado nas mais diversas marinadas com destaque para o frango ao piripiri
(os diversos molhos e temperos são também vendidos em grandes cadeias de
supermercados). Há o frango inteiro, os meios, os quartos e ainda as variedades
em hambúrgueres, pitas, saladas ou as hot
wings. Ao que parece em alguns locais têm outras “especialidades nacionais”
como a espetada (?) e a cataplana de peixe e marisco.
Depois de encetada uma pequena pesquisa, deparei-me com
um verdadeiro case-study, um best-seller do franchising alimentar a nível mundial, presente em quase 30 países
(África do Sul, Austrália, Bahrein, Bangladesh, Botswana, Canadá, Chipre, EAU,
EUA, Fiji, Índia, Irlanda, Kuwait, Líbano, Lesoto, Malawi, Malásia, Namíbia,
Nova Zelândia, Nigéria, Oman, Paquistão, Qatar, Reino Unido, Suazilândia,
Turquia; segundo o site quem conseguir provar que esteve em todos os
restaurantes Nando’s desta verdadeira rota mundial, denominada “the hungry traveller”,
tem direito a comer de borla em qualquer restaurante da marca durante o resto
da vida) com destaque para a diáspora de língua inglesa. Só no Reino Unido há
255 restaurantes, 65 na zona de Londres…elucidativo. Único efeito perverso...as
mentes, digamos, menos “cosmopolitas” poderem catalogar a gastronomia
portuguesa como sendo isto.
A História do Nando’s remonta a 1987, quando dois
emigrantes luso-moçambicanos sedeados na África do Sul, decidiram investir numa
diminuta mas reputada churrasqueira, a “Chickenland”, no pequeno subúrbio de
Rosettenville, a sul de Joanesburgo.
Vestindo novas roupagens e com o galo de Barcelos como
símbolo, o Nando’s depressa foi ganhando a reputação de que hoje goza, sem
dúvida fruto do espírito empreendedor dos seus mentores.
O segredo do sucesso do Nando’s está também no seu
marketing agressivo, em particular nas suas arrojadas, porque não dizer
controversas campanhas publicitárias. Em 2010 a revista “Advertising Age” considerou a
marca com uma das 30 “hottest marketing
brands” do mundo.
Eis algumas das campanhas que geraram bastante polémica e
valeram mesmo, no primeiro caso, algumas ameaças para os responsáveis locais da
marca:
“Last dictator standing”;
África do Sul (2011) – Delicioso este anúncio em que um tristonho Robert Mugabe
(presidente do Zimbabué) janta sozinho à mesa de Natal enquanto recorda com
nostalgia “tempos mais felizes” na companhia dos seus (entretanto
desaparecidos) “amigos ditadores”. No clip de 60 segundos Mugabe surge a
brincar com pistolas de água com Muammar Khadaffi, a fazer “snow angels” na
areia com Saddam Hussein, a cantar kararoke com Mao Tsé-Tung, a empurrar P.W. Botha
no baloiço e andando alegremente de tanque com o sanguinário Id Amin numa
estranha coreografia ao melhor estilo de Titanic. Em pano de fundo a música “Those were
the days”.
Nando’s
diversity; África do Sul (2012) – Fantástico o anúncio que toca na questão da
imigração clandestina e da multiculturalidade da África do Sul.
Nando’s
blind woman; África do Sul (2000) – Um cão-guia faz embater propositadamente a sua dona num
poste para ficar com o frango acabado de comprar. O anúncio gerou grande controvérsia, sendo que muitos consideraram que poderia ser ofensivo para a comunidade invisual. O certo é que, ao que consta, às reacções mais divertidas terão vindo destes mesmos. Por vezes é o que dá quando se quer ser mais papista do que o Papa.
Nando’s
Ramadan; África do Sul (2006) – Um esfomeado muçulmano em pleno Ramadão desespera pelo pôr-do-sol.
Nando’s
missing chips; África do Sul (2010) – Acho que dispensa quaisquer comentários ;)
Curioso é o facto de este mega-franchise ser totalmente
desconhecido da, atrevo-me a dizer, maioria dos portugueses. O que me leva à
interrogação…Será que este conceito funcionária em Portugal?
Eu diria que sim. Apesar de não trazer nada de
particularmente novo, seria sem dúvida um sucesso se implementado nas zonas de
maior concentração turística como o Algarve, a Madeira e mesmo Lisboa. Noutro
âmbito, julgo que também funcionaria muito bem como “restaurante de shopping”.
No site (vale a pena visitar) há espaço para
potenciais franchisados. Alguém interessado?