“As mulheres que conduzem em outros países como os Estados Unidos não se preocupam se forem violadas, não é nada de especial para elas, (…) nós sim” …Ora aí está mais um abjeto e inqualificável argumento usado pelas “elites” sauditas para defender a proibição de condução para as mulheres na Arábia Saudita, punível aliás com pena de prisão.
Na senda argumentativa escatológica utilizada pelas “mentes” clericais e conservadoras dominantes, como esquecer que “conduzir danifica os ovários das mulheres”, o “historiador” Saleh Al-Saadoon em directo num programa de televisão vem juntar agora o risco das “mulheres poderem vir a ser violadas à beira da estrada” (dado as grandes distâncias a percorrer entre cidades) como razão para validar a proibição de condução, isto perante a estupefação e incredulidade da apresentadora e demais convidados.
Confrontado pela apresentadora, incapaz de conter o riso e o tom crítico perante tamanha alarvidade, Al-Saadoon muda um pouco de estratégia e invoca o facto de as mulheres serem “tratadas como rainhas” na Arábia Saudita porque é-lhes concedida a “honra” de serem conduzidas para todo o lado por membros masculinos da família e por chauffers, não tendo que se preocupar com tal fardo.
Não desarmando, a apresentadora riposta “então mas não tem receio que as mulheres possam vir a ser violadas pelos próprios chauffers?”, ao que o atónito e verdadeiramente com cara de parvo Saleh responde que o problema resolver-se-ia com motoristas estrangeiras do sexo feminino (sim, porque “elas não se preocupam em ser violadas) mas infelizmente as entidades governamentais e os clérigos recusam ouvir a sua proposta.
Para concluir só tenho a questionar…Como é que Saleh Al-Saadoon consegue manter as vestes tão brancas perante tamanha trampa que exala por todos os seus poros?!