segunda-feira, 18 de maio de 2015

A Idade é só um número...Só não te digo é qual!


Diz-me que idade tens…De preferência que as contas batam certo ano após ano!

Há uma necessidade quase patológica em algumas pessoas de transmitirem a ideia de que são mais novas do que efectivamente são. Todos temos aquela amiga/o ou conhecido detentor de proeza assinalável de repetir a celebração do mesmo aniversário ano após ano. 

“Então não tinhas feito 30 há 2 anos? Ia jurar que já tínhamos estado a celebrar os teus 40!” 

O fenómeno atinge tais proporções que acredito que algumas pessoas, tão habituadas a dissimular, acabam mesmo por esquecer ou crer piamente que têm os anos de vida que afirmam ter…A confusão é de tal ordem que só uma consulta disfarçada ao cartão do cidadão dissipa todas as dúvidas, servindo como um “back to reality call”.

Desenganem-se porém aqueles que julgam que este é um fenómeno eminentemente feminino, não obstante a pressão social a que as mulheres estão sujeitas. Diria que estes “equívocos” distribuem-se de forma cada vez mais homogénea entre homens e mulheres, fruto de uma sociedade obcecada com a imagem e numa eterna busca pelo “elixir da juventude”.

Se por um lado é certo que ninguém se importa (pelo menos a partir dos 40) de passar por mais novo, por outro é algo cada vez mais ao nosso alcance. Não entrando em histerias ou comportamentos compulsivos, depende da maior parte de cada um de nos ter uma saúde e um aspecto cuidados, o que facilmente retirará aos olhos dos outros (e sobretudo aos nossos) dois, três ou mais anos do incessante bater dos ponteiros do relógio biológico. 

Há dentro deste fenómeno algo que sobejamente me diverte…Aqueles homens e mulheres que por força desta obsessão com a idade “disparam” um número completamente absurdo, dando-se de certa forma ao ridículo (Bolas com essa idade e estás assim! Pensamos para com os nossos botões) ao invés de assumirem sem rodeios os anos que na verdade têm…Por certo mais propenso a um “Olhe que está bastante bem!”

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Orgulhosamente em Desacordo!


“A minha pátria é a língua portuguesa” afirmava Pessoa…

Sou eminentemente contra o acordo ortográfico. Qual a razão que o preside excepto um aparente servilismo por demais enraizado na sociedade portuguesa...Como se não fora bastante já sermos economicamente colonizados! Isto tudo, claro, sob as vestes de uma pseudo promoção da lusofonia. 

A riqueza de uma língua faz-se pela sua diversidade e não pela imposição pela força de acordos políticos filtrados por meia dúzia de iluminados. 

A evolução da língua é algo que deve ser natural, não imposto, decurso da normal passagem do tempo. Há palavras que se perdem, vocábulos que se ganham, grafias que se alteram. Tem sido assim ao longo de séculos. 

Este acordo é, na minha opinião, desadequado, despropositado e, creio, inconsequente no objectivo que se pressupõe atingir. 

As línguas espanhola, americana, francesa, enunciando algumas, mantêm a sua influência sem que para tal tenha sido sequer congeminada a feitura de um acordo.

Imaginamos nós um americano impor a um inglês (ou ainda que vice-versa) a sua forma de escrever? Ou porque não um argentino a um espanhol? 

Para os acérrimos defensores do Acordo Ortográfico expliquem-me por favor, para além da questão da supressão das consoantes mudas (para mim graficamente atroz), o que leva por exemplo a passarmos a utilizar minúsculas ao invés de maiúsculas ao escrevermos os meses e estações do ano, os pontos cardeais? Que razão subjaz à eliminação de acentos agudos no ditongo “oi” em palavras graves, bem como dos acentos circunflexos nas formas verbais graves terminadas em “eem”? Porque escrevemos agora “pára e “para” da mesma forma, assim como “pêlo” e “pelo”? Que fizeram os “hífens” para merecem ser escorraçados?

Se estamos numa óptica de mero facilitismo e (pretensa) universalidade, porque não optarmos pela linguagem das sms ou virtual…É mais prática, poupa tempo e permite a qualquer ignorante passar por um utilizador intermédio. 

O certo é que continuaremos a ver escrever cada vez pior. Lamentável a enormidade dos erros que detectamos diariamente, ao qual não escapam sequer as publicações ditas referência….Agora sempre terão a desculpa de dizer...”Ah, sabe julgava que agora se escrevia assim com o acordo ortográfico!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A "Smart"Phone End of the World!


Nesta sociedade pretensamente "global" é cada vez maior o isolamento de cada um de nós. A dependência, a obsessão por estar permanentemente em contacto tornou-nos em verdadeiros zombies, fiéis e cegos discípulos de um Big Brother digital! Por vezes parece termos perdido o dom de viver a vida…Fotografámo-la, partilhamo-la, “postamo-la”. Qualquer dia soltaremos grunhidos ou um qualquer som gutural como forma de comunicar e o contacto visual será coisa do passado…Deixo-vos com uma humorada curta "Life Smartphone!"



Abstraindo-nos de quaisquer exageros, digam lá se de certa forma não nos revemos (ou ao mundo que nos rodeia) neste clip!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

“I’m Republican and I’m Stupid… Take III”


“There was a time, sir, when scientists thought that the world was flat. And if you get to the end of it, you’d fall off," (…)There was another time when scientists thought that the sun revolved around the world. And they always thought to ensure that anyone who disagreed with their science was a heretic. People were burned for not believing that the world was flat. People were really badly treated."; Elbert Guillory, senador Republicano do Estado de Louisiana, argumentado porque devem as escolas poder ensinar o criacionismo...

Volto a uma rubrica que tanto gozo me dá não fosse o facto de tempos a tempos estarmos sujeitos à liderança mundial destes neandertais.... O GOP ("Great Old Party; Partido Republicano) é por si só um manancial de tentação para jornalistas, humoristas ou para qualquer ser vivo (ou nem tanto) provido de mais de um neurónio. É toda uma orgia de alarvidades e aberrações que pouco (ou nada diverge) do pensamento medieval de fundamentalistas religiosos sitos no Médio Oriente

Cerca de 4 em cada 10 americanos continuam a negar a teoria evolucionista de Darwin, apregoando que Deus criou o homem e a mulher, o mundo em 7 dias. Mundo esse que não terá mais de 6000 e que homens e dinossauros conviveram na mesma era, qual Jurassic Park de tempos idos! 


Agora digam-me…Será isto assim tão diferente de afirmar que os sismos são provocados pela promiscuidade das mulheres ("essas libertinas") como proferia há uns dias um clérigo iraniano?!

Porque não é possível defender o indefensável, são cada vez mais fantasiosos os argumentos invocados pelos republicanos para defenderem a sua visão "imaginária" de um mundo, quiçá habitado por fadas, gnomos e unicórnios!


Num desastroso exercício de manipulação histórica, o senador republicano Elbert Guillory, um acérrimo criacionista, colocou os cientistas como conspiradores e perversas mentes por detrás do longo obscurantismo que foi a Idade Média. Foram eles, esse assassinos, e não a Igreja que condenou à morte pelo fogo aqueles que duvidavam da sua "ciência"…Notável, o meu aplauso...! 

A resposta não tardou a chegou pela voz de um duplamente estupefacto e bem humorado deputado senador, Jean-Paul J. Morrell

"When you look at history, oftentimes, when science pushes the envelope, the leading person to lock that person up is oftentimes religious leaders, (…) And at the end of the day, I think when you talk about a fair exchange of ideas, as long as those ideas are based in fact, I think you really don’t have a problem. At the end of the day, we want to have a logical discourse about things that are provable."



God created a man and a woman...Then a republican was born and Good said ...Screw this, I'm going home!


terça-feira, 12 de maio de 2015

O Livro que se pode Plantar



Os livros nascem das árvores...Hoje uma árvore nasce de um livro! ..."Mi Papá estuvo en la selva", o primeiro livro que se planta depois de ler. Uma genial e inspiradora ideia da editora argentina de livros infantis Pequeño Editor.


Leitor assíduo desde tenra idade, assumo-me como um purista dos livros em papel. Como em tempos tive oportunidade de escrever...

"Encanta-me sentir o toque do papel nos dedos, o folhear de cada nova página rumo a uma nova descoberta. Gosto de sentir o cheiro de um livre novo, o odor do papel e da tinta, isto sem desprimor para o mistério que se esconde num livro antigo na sua tez amarelada e no seu odor por vezes acre mas que nos remete ao mesmo tempo para um mundo perdido de magia, um segredo bem guardado debaixo de humildes vestes". 

A minha escolha poderia de certa forma colidir com a ecopostura e ecoconsciência que procuro cultivar no dia-a-dia. Porém, a verdade é que os gadgets electrónicos como os IPADS e Kindles são tão ou, ouso dizer, mais nocivos para o ambiente se considerarmos a quantidade de recursos naturais empregues na sua produção bem como no avolumar de detritos tóxicos deitados fora sempre que os decidimos trocar por modelos novos.

É pois com agrado que fiquei a conhecer este projecto de uma pequena editora que procura promover a consciência ecológica dos mais novos ao editar um livro feito de papel reciclado e tintas biodegradáveis, simultaneamente impregnado de sementes de jacarandá (uma planta nativa) que permite que seja directamente semeado na terra, germinando numa nova árvore.


Parafraseando Lavoisier direi que “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” 

Em suma, uma pequena ideia, uma grande lição de vida!

quarta-feira, 6 de maio de 2015

"Boundaries" by Allaire Bartel


"I was particularly determined to express the idea that oppression of women does not just occur in extreme isolated incidents (violent rape and physical abuse) but can also be felt in lesser forms during the day to day(...) 

The concept of male entitlement is represented by male arms and hands performing a variety of actions that are overwhelming intrusive on her body and her life. In each situation she maintains a blank expression, a visual choice that demonstrates how conditioned we as women have become to accept this atmosphere as excusable and even normal"; Allaire Bartel, fotógrafa.


"Boundaries" (Limites) é o nome do ensaio fotográfico que procura ilustrar a discriminação e o assédio com que as mulheres ainda se debatem no dia-a-dia e por vezes, pior (ou tão condenável) a forma como a sociedade "condiciona" as mulheres a tomarem esses comportamentos como perdoáveis ou até mesmo aceitáveis!

Allaire Bartel produziu a série de fotografias durante o ano de 2014 através do Young Photographers' Alliance Mentoring Program, procurando recriar situações em que ela ou outras mulheres se tenham sentido oprimidas ou expostas, numa sociedade, infelizmente, (ainda) machista.




Vale a pena atentar neste ensaio... Por certo, tirando um momento ou dois, identificaremos situações vividas, contadas ou presenciadas que demonstram por demais a factualidade retida nestas fotos.


terça-feira, 5 de maio de 2015

OLHA A SARDINHA!...Festas Lisboa 2015


De um inolvidável Vasco Santana (Narciso) em "O Pátio das Cantigas", passando por um castiço vendedor de "mines" até um Santo Padroeiro ocupado com a grelha, já são conhecidas as 5 sardinhas vencedoras do concurso das Festas de Lisboa 2015.



A quinta edição do concurso promovido pelo EGEAC para as Festas da capital, intitulado "A minha vida dava uma Sardinha", contou com  4988 participações oriundas de 50 países,




Deixo-vos a lista dos premiados:


Sardinha Vasco Santana (várias técnicas) – Delfim Ruas, português

Sardine lifesaver (digital) – Marta Sorte, italiana

Fisherman (pintura) – Martin Jarrie, francês

O Vendedor de "Mines” (desenho) – Rui Fazenda, português

Santo António do fogareiro (digital) - Alberto Faria, português



...E aqui vai a minha preferida...