Diz-me que idade tens…De preferência que as contas batam certo ano após ano!
Há uma necessidade quase patológica em algumas pessoas de transmitirem a ideia de que são mais novas do que efectivamente são. Todos temos aquela amiga/o ou conhecido detentor de proeza assinalável de repetir a celebração do mesmo aniversário ano após ano.
“Então não tinhas feito 30 há 2 anos? Ia jurar que já tínhamos estado a celebrar os teus 40!”
O fenómeno atinge tais proporções que acredito que algumas pessoas, tão habituadas a dissimular, acabam mesmo por esquecer ou crer piamente que têm os anos de vida que afirmam ter…A confusão é de tal ordem que só uma consulta disfarçada ao cartão do cidadão dissipa todas as dúvidas, servindo como um “back to reality call”.
Desenganem-se porém aqueles que julgam que este é um fenómeno eminentemente feminino, não obstante a pressão social a que as mulheres estão sujeitas. Diria que estes “equívocos” distribuem-se de forma cada vez mais homogénea entre homens e mulheres, fruto de uma sociedade obcecada com a imagem e numa eterna busca pelo “elixir da juventude”.
Se por um lado é certo que ninguém se importa (pelo menos a partir dos 40) de passar por mais novo, por outro é algo cada vez mais ao nosso alcance. Não entrando em histerias ou comportamentos compulsivos, depende da maior parte de cada um de nos ter uma saúde e um aspecto cuidados, o que facilmente retirará aos olhos dos outros (e sobretudo aos nossos) dois, três ou mais anos do incessante bater dos ponteiros do relógio biológico.
Há dentro deste fenómeno algo que sobejamente me diverte…Aqueles homens e mulheres que por força desta obsessão com a idade “disparam” um número completamente absurdo, dando-se de certa forma ao ridículo (Bolas com essa idade e estás assim! Pensamos para com os nossos botões) ao invés de assumirem sem rodeios os anos que na verdade têm…Por certo mais propenso a um “Olhe que está bastante bem!”