Votar é um direito ou um dever? A obrigatoriedade ou
não do voto é um tema recorrente na antecâmara de cada novo acto eleitoral, não
merecendo infelizmente uma discussão séria e aprofundada nos tempos que lhe
seguem.
A verdade é que é cada vez maior o distanciamento dos
cidadãos da participação activa no sistema democrático, patente em elevadas
taxas de abstenção, ainda mais sendo o tema as eleições europeias, porventura
por falta de uma consciência, de uma identidade europeia ou a mera
dimensão da mesma.
Para mudar esta realidade os partidos políticos em
nada colaboram. Da esquerda à direita, as agendas políticas e discursos que
antecedem este acto eleitoral cingem-se à dimensão interna, aos problemas
vistos a partir daqui do burgo, procurando fazer-se destas eleições pouco mais
do um “tomar o pulso” ao ambiente político-partidário do momento, castigando-se
ou beneficiando-se uma força política ou outra consoante o momentum.
Porque este problema não é só português,
multiplicam-se nos vários países europeus as campanhas de sensibilização contra
a abstenção. É o caso da Dinamarca onde foi divulgado um sui generis vídeo que
apelava à participação dos cidadãos nas próximas eleições…Apresento-vos o
Voteman, um improvável e ousado “super-herói” sempre à caça dos abstencionistas
mais incautos.
Com um ar de um feroz membro de um
gang de motards, rodeado de mulheres nuas e não hesitando em fazer uso da
violência, Voteman acabou por ser retirado de circulação pelas entidades
oficiais face à ampla polémica nas redes sociais.
O próprio presidente do Parlamento
dinamarquês, Mogens Lykketoft, viu-se obrigado a vir a público pedir desculpas.
Quanto à questão de fundo, a
obrigatoriedade ou não do voto, sou apologista do que o mesmo mais do que um direito consubstancia um
dever de cidadania, uma obrigação para com o colectivo, para com o bem comum,
pelo que não me choca que se tornasse obrigatório.
Votem em A ou em B…Votem em C, D ou
E mas votem, no limite nem que seja branco ou nulo! A pura abstenção
assemelha-se mais a um dirimir de responsabilidades, a manifesta negligência ou
desinteresse e não a uma intencional demonstração de descontentamento.
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