Uma equipa triste, cansada, sem fio de jogo,
descrente, assim foi a participação de Portugal no Mundial. Se era para
passar férias porque raio escolher Campinas, lugarejo perdido no interior de São Paulo, ao
invés das numerosas e bem mais apelativas opções ao longo da Costa Brasileira
ou mesmo aproveitando-se a "passagem" por Manaus para umas férias mais aventureiras.
Portugal falhou individual e colectivamente, a
equipa não respondeu fisicamente e até conceitos elementares como o passe e o
domínio de bola parecem ter sido esquecidos.
No saldo dos três jogos efectuados, uma penosa
goleada com a Alemanha a abrir, um empate sofrível com a "potência"
Estados Unidos e uma vitória de consolação com o Gana em que o nosso avançado em
maior destaque foi Boye, o cooperante central do Gana...Que pena ele e Éder
não terem trocado de camisola ao intervalo!
Paulo Bento foi um comandante perdido numa embarcação
à deriva, tudo começou, em minha opinião, numa escolha pouco feliz dos 23
convocados para o Mundial, quando era nítido, e ficou bem patente, que a
condição física e mesmo anímica de alguns dos eleitos era sofrível.
Danny, André Gomes, Nelson Oliveira, Adrien,
Antunes, Carlos Mané ou Ivan Cavaleiro, e porque não falar em Tiago que se
mostrou disponível, teriam sido por certo opções interessantes. Porém, para o
pior e para o melhor, Paulo Bento é um treinador teimoso, inflexível, fiel ao
seu núcleo duro, independentemente da sua condição.
Já no Brasil, Bento não abdicou dos seus
princípios, perdão teimosia, e apostou num meio campo macio e sem ritmo quando
tinha William Carvalho, Ruben Amorim e mesmo Rafa no banco. Na ausência de
Pepe, inexplicável a expulsão no primeiro jogo, impunha-se Neto ao lado de
Bruno Alves com Ricardo Costa desviado para a esquerda. O ataque? Bem esse
ninguém o viu por terras de Vera Cruz.
Um CR7 fortemente condicionado foi o rei mas dos
penteados! Foram 3, média de 1 por jogo, golos, inversamente, 1 só em 3
partidas. Ronaldo, por quem tenho o maior respeito e admiração, falhou como
capitão. O discurso após o empate com os EUA que praticamente nos afastou do
Mundial foi feio, deselegante, desvalorizando a selecção e o valor dos seus
colegas. Portugal pode estar hoje afastado do lote das 5 (ou 10) equipas mais
fortes mas exigia-se a passagem aos oitavos de final.
O que falhou? Os jogadores, a táctica, a
aclimatização, a preparação física? (Quem explica as 5 lesões em dois jogos?).
É tempo de levantar a cabeça, analisar e discutir
o que correu mal...Paulo Bento diz que continua, terá condições para tal?
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