António Borges, o designado Consultor do Governo para as Privatizações, afirma que face “ a uma taxa de desemprego superior a 17% (…) O ideal era que os salários descessem como aconteceu noutros países como solução imediata".
António ou melhor Azedume
Borges é o cão de guarda do Governo pago principescamente com o dinheiro dos
contribuintes. O designado Consultor do Governo para as Privatizações (curioso
que nesta matéria pouco o vejo falar) tem uma predileção especial por opinar
sobre tudo e mais um par de botas, acorrendo sempre em auxílio da sua dama indefesa.
A afirmação, feita numa entrevista à Rádio Renascença,
vem no seguimento das polémicas declarações de Passos Coelho no debate quinzenal
na Assembleia da República.
Questionado sobre o aumento do salário mínimo, o primeiro-ministro
respondeu que quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, “a
medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta”, dando como
exemplo o que sucedeu na Irlanda em 2010…É um facto o salário mínimo foi
reduzido…de €1462 para €1283 mensais, contrastando com os nossos míseros €485.
Elucidativo!
Mas quem é Azedume Borges, o
consultor de ar maléfico que debita alarvidades com o anuência silênciosa do
Governo?
Doutorado em Economia e
Professor Catedrático, a dimensão e peso do seu currículo apenas são comparáveis
à magnitude do chorrilho de disparates que vem colecionando,
Borges foi Vice-Presidente
do Banco de Portugal, Director do FMI para a Europa, membro do Conselho de Administração
do mal fadado Goldman Sachs como especialista em fundos de investimento de alto
risco, entre tantos outros.
Este verdadeiro arauto da
desgraça já em Junho havia defendido a redução do salário mínimo.
Não sendo a minha formação em Economia, questiono-me
como é que uma economia periférica como a nossa, onde o mercado interno é
nuclear e a exportação reduzida a alguns nichos, pode tornar-se competitiva com
a redução dos vencimentos e subsequente redução do poder de compra dos seus
cidadãos? Não será a receita exactamente a contrária? Isto já para não falar na
castradora tributação fiscal.
Será que a espiral recessiva em que nos encontramos,
os vergonhosos 17% de desemprego não querem dizer senão que nos encontramos num
interminável ciclo vicioso – Diminuição Salários - Redução Poder de Consumo –
Redução Consumo – Quebra Produtividade – Falta de Investimento - Falências –
Desemprego!
Anedótico o facto da corja que nos governa rejubilar-se
com o maior equilíbrio da balança comercial quando esta é feita pela vertente
da redução das importações pela diminuição do consumo e não pelo aumento, senão
marginal, das exportações.
Enquanto vamos trilhando este penoso
caminho sem fim à vista, temos que encontrar alguns motivos para rir.
Deixo-vos com um vídeo montado pela SIC Notícias sobre o histórico das polémicas declarações de António Borges.
Chamo a vossa atenção para o idiótico ar embasbacado, quando foi literalmente encurralado por um jornalista da BBC a propósito da viabilidade e transparência dos hedge funds (fundos de investimento de alto risco).
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