Qual foi a última vez que ligaram
para a casa de alguém?
Os telefones fixos parecem cada
vez mais algo caído no esquecimento. Os pacotes combinados oferecidos pelas
operadoras ressuscitaram um pouco o seu uso mas na prática permanecem como
peças abandonadas numa cómoda ou numa qualquer mesa de canto.
Sejamos sinceros, tirando o
número de casa dos avôs, a marcação de um serviço ou a pizza que queremos
encomendar, quantas vezes pegamos realmente no telefone fixo?
Quando toca é muito raro
atendermos pois sabemos que do outro lado da linha estará certamente um
operador de call-centre a tentar impingir-nos
algo.
No outro dia em conversa,
falávamos do telefone como algo que ficou congelado nos anos 90. Uma amiga
dizia-me de forma divertida ”ainda me lembro que quando ligavam rapazes lá para
casa, o meu pai perguntava logo quem era, não havia nenhum que lhe escapasse (…)
ui e quando a conta de telefone chegava…!”
Recordo-me dos primórdios da
Internet quando necessitávamos de uma linha telefónica para acedermos à web.
Como a linha permanecia ocupada, a maior parte de nós acabou por ter a sua
própria linha telefónica, o que a meio dos 90 para nós teenagers, diga-se, até
dava algum estatuto. “Epá não me ligues para casa, liga antes para o nº do meu
quarto” ou “Tens aí o meu número privado, podes ligar-me a qualquer hora”. Era
quase um acto de rebeldia, a nossa “independência” por via de uma linha de
contacto.
Uns anos depois e evolução da
Internet e os telemóveis acabaram com o fenómeno.
Recuando um pouco mais até à
nossa infância, o que dizer dos antigos telefones de discar…saudades! Havia
pessoas que eram autênticas máquinas na arte de discar, o disco parecia girar a
uma velocidade estonteante…Agora experimentem explicar isso a alguém com menos
de 15 anos…
No outro dia vi um gadget de uma
marca, que apesar de ser um telefone wireless
e com painel digital, recuperava o mítico disco numa interpretação muito
própria. Provavelmente tornar estas peças como algo vintage será a melhor forma de mantê-las actuais para que o tempo
não as remeta para uma distante memória colectiva.
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