Vim em passo de bala,
Um diploma na mala,
Deixei o meu amor p'ra trás.
Faz tanto frio em Paris,
Sou já memória e raiz,
Ninguém sai donde tem Paz.
Quero ir para casa
Um diploma na mala,
Deixei o meu amor p'ra trás.
Faz tanto frio em Paris,
Sou já memória e raiz,
Ninguém sai donde tem Paz.
Quero ir para casa
...Assim canta Pedro Abrunhosa no emotivo dueto "Quero Voltar para os Braços da Minha Mãe" com Camané.
A música é o paradigma perfeito de um país naufragado numa fatídica crise, onde dezenas de jovens são obrigados a partir todos os dias.
Gerações de jovens altamente qualificados que se perdem, enquanto um punhado de incapazes e ardilosos perseveram e prosperam na mediocridade e clientelismo instalados.
Emigrar, ao contrário do que os “bem instalados” proclamam, não deve ser uma oportunidade numa conotação de inevitabilidade mas sim de opção, alternativa, escolha.
Emigrar, ao contrário do que os “bem instalados” proclamam, não deve ser uma oportunidade numa conotação de inevitabilidade mas sim de opção, alternativa, escolha.
O que vemos são pais obrigados a abandonar os filhos sem o prazer de os ver crescer, filhos que vêm os pais partir sem poderem partilhar com eles as suas alegrias e desilusões, rumo a futuros incertos e a um reencontro sem prazo.
As crianças e jovens de hoje em dia já não se questionam “o que vou ser quando for grande” mas “que país vou escolher para trabalhar” como alguém me contava no outro dia a propósito da conversa com o filho de 12 anos.
Já dizia Eça de Queiroz,
...Até quando?
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