Faça sol ou faça chuva, frio ou calor a bela da gravata teima em acompanhar-me. Não é que eu tenha nada contra as gravatas, pelo contrário gosto de uma gravata elegante, de qualidade. O problema é que quando passa a ser parte do trajar obrigatório é como subitamente se tornasse num quase símbolo opressor, uma corda que nos estrangula na eterna labuta diária. Claro que vou variando a cor, o padrão mas continua a ser o pedaço de tecido pendurado que nos lembra a longa jornada de trabalho.
A gravata tem muito mais a contar. Já experimentaram observar com atenção, na rua ou no metro, o constante desfile de gravatas? Há para todos os gostos. Simples ou elaboradas; de seda, lã ou sintéticas; lisas ou com formas e padrões. Algumas parecem saídas do fundo do baú, outras parte de um carregamento perdido do Exercito de Salvação Nacional. Umas há que abusam da bonecada e só teriam lugar por certo numa festa da criançada. Outras há ainda que de tão horrendas que são assumem contornos verdadeiramente sinistros, parecendo que a qualquer momento irão sugar a vida o seu infeliz contemplado.
Houvera por aí uma brigada fiscalizadora, uma "EMEL das Gravatas" e as multas seria bem pensadas por certo: " O cidadão desculpe-me mas a sua gravata viola todos os limites da decência e bom gosto, vou ter de o autuar!"
A origem da gravata data do século XVII, na França, sob o reinado de Luís XIV. Entre seus batalhões, alguns formados por mercenários, o rei empregava soldados croatas, que eram reconhecidos facilmente por um grande lenço usado ao redor do pescoço. Era o nascimento do Plastrão (gravata longa, cujas pontas se cruzam obliquamente). A palavra “gravata” é uma corruptela de “croata”.
ResponderEliminarA moda foi mais do que bem vinda, inclusive pelos cirurgiões da época que usavam colarinhos enormes. Era um alívio para eles poder operar prendendo suas golas de pontas longas com o novo laço. Logo, antes do seu modelo mais comum, a gravata surgiu como gravata borboleta, nome que vem obviamente do seu formato.