segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Trocas e baldrocas - O Hino Nacional




“A Portuguesa” foi vítima do mais perverso bullying na passada semana. Enxovalhada e transformada em circo no jogo Gabão-Portugal, trocada de forma aberrante pelo hino sueco na extraordinária vitória do talento Félix da Costa no tortuoso Grande Prémio (GP) de Macau, a semana foi sem dúvida para esquecer para um dos símbolos maiores da Nação.

Amadorismo na organização? Incompetência? Constatação de que a influência do pequeno país que deu novos mundos ao Mundo é cada vez mais uma miragem, sendo o Brasil o expoente máximo da cultura e influência da lusofonia no mundo?

No jogo de futebol em Libreville que tanta polémica tem dado, o cachet de 800 mil recebidos pela Federação Portuguesa de Futebol deve ter consumido por certo toda a verba disponível. Para tocar o hino nacional nada melhor que uma improvisada banda de trompetistas low cost ou, quiçá, tomados por uma valente copofonia.

Meus caros, aquilo era de bradar aos céus! Uma versão, se me permitem,  pimbo-psicadelica do hino que deixou os jogadores com cara de “Isto é para os apanhados não é?!” Palpita-me que se estivem presentes os nosso orgulhosos “Lobos” da equipa nacional de rugby teríamos tido músicos e instrumentos a voar por tudo o que era lado. Será que foi por esta tenebrosa performance musical que a selecção deixou uma imagem tão pálida em campo?

E o que dizer quanto ao que sucedeu GP de Macau? Um emocionado Félix da Costa foi brindado na hora da comemoração com umDu gamla, Du fria” ao invés do esperado “Heróis do mar, nobre povo…”  Como foi possível este, ao que parece, “erro técnico” num circuito com nome luso (Circuito da Guia), num Território que esteve sob a Administração Portuguesa até Dezembro de 1999 e que ainda mantém o português como uma das línguas oficiais. Inacreditável! Depois das duas trágicas mortes que pintaram a negro esta Grande Prémio juntou-se-lhes a incompetência da Organização.

Mas o ano de 2012 foi pródigo em inusitadas (ou propositadas) trocas de sonoridades na hora de tocar o hino. Na antecâmara dos Jogos Olímpicos de Londres, no torneio de preparação de basquete, o jogo entre as selecções do Brasil e de Espanha, nuestros hermanos, entre ares de incredulidade e sorrisos amarelos, foram brindados no pavilhão da Foz do Iguaçu com o hino português. Conhecem a expressão Payback is a bitch? Cá para mim estava um tuga na cabina de som ou então os canarinhos acharam que um hino sem letra não era coisa que se tocasse em ambiente de festa.

Já em plenos Jogos o encontro de futebol feminino entre a Coreia do Norte e a Colômbia ficou marcado por um “erro técnico” de proporções políticas bem mais desastrosas…em vez do Norte ouviu-se o Sul e o caldo ia ficando entornado. 

E para finalizar um registo mais cómico ou embaraçoso, consoante o ponto de vista. Maria Dmitrienko, da equipa de tiro do Cazaquistão, venceu a sua prova realizada no Kuwait nos Campeonatos Asiáticos deste ano e a música que tocou no lugar do hino nacional do Cazaquistão foi a paródia feita para o filme “Borat”, o irreverente e castiço repórter cazaque, criado pelo hilariante Sacha Baron Cohen. O tema do pseudo-hino vangloria as exportações de potássio do país e o facto do Cazaquistão ter as prostitutas mais limpas da região. Por demais justificado o embaraço da atleta.





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