“A Portuguesa” foi vítima do
mais perverso bullying na passada
semana. Enxovalhada e transformada em circo no jogo Gabão-Portugal, trocada de
forma aberrante pelo hino sueco na extraordinária vitória do talento Félix da
Costa no tortuoso Grande Prémio (GP) de Macau, a semana foi sem dúvida para
esquecer para um dos símbolos maiores da Nação.
Amadorismo na organização?
Incompetência? Constatação de que a influência do pequeno país que deu novos
mundos ao Mundo é cada vez mais uma miragem, sendo o Brasil o expoente máximo
da cultura e influência da lusofonia no mundo?
No jogo de futebol em
Libreville que tanta polémica tem dado, o cachet de 800 mil recebidos pela Federação
Portuguesa de Futebol deve ter consumido por certo toda a verba disponível.
Para tocar o hino nacional nada melhor que uma improvisada banda de
trompetistas low cost ou, quiçá, tomados
por uma valente copofonia.
Meus caros, aquilo era de
bradar aos céus! Uma versão, se me permitem, pimbo-psicadelica do hino que deixou os
jogadores com cara de “Isto é para os apanhados não é?!” Palpita-me que se
estivem presentes os nosso orgulhosos “Lobos” da equipa nacional de rugby
teríamos tido músicos e instrumentos a voar por tudo o que era lado. Será que
foi por esta tenebrosa performance musical que a selecção deixou uma imagem tão
pálida em campo?
E o que dizer quanto ao que
sucedeu GP de Macau? Um emocionado Félix da Costa foi brindado na hora da
comemoração com um “Du gamla, Du fria” ao invés do esperado
“Heróis do mar, nobre povo…” Como foi possível este, ao que parece, “erro
técnico” num circuito com nome luso (Circuito da Guia), num Território que
esteve sob a Administração Portuguesa até Dezembro de 1999 e que ainda mantém o
português como uma das línguas oficiais. Inacreditável! Depois das duas
trágicas mortes que pintaram a negro esta Grande Prémio juntou-se-lhes a
incompetência da Organização.
Mas o ano de 2012 foi
pródigo em inusitadas (ou propositadas) trocas de sonoridades na hora de tocar
o hino. Na antecâmara dos Jogos Olímpicos de Londres, no torneio de preparação
de basquete, o jogo entre as selecções do Brasil e de Espanha, nuestros hermanos, entre ares de
incredulidade e sorrisos amarelos, foram brindados no pavilhão da Foz do Iguaçu
com o hino português. Conhecem a expressão Payback
is a bitch? Cá para mim estava um tuga na cabina de som ou então os canarinhos
acharam que um hino sem letra não era coisa que se tocasse em ambiente de
festa.
Já em plenos Jogos o
encontro de futebol feminino entre a Coreia do Norte e a Colômbia ficou marcado
por um “erro técnico” de proporções políticas bem mais desastrosas…em vez do
Norte ouviu-se o Sul e o caldo ia ficando entornado.
E para finalizar um registo
mais cómico ou embaraçoso, consoante o ponto de vista. Maria Dmitrienko, da
equipa de tiro do Cazaquistão, venceu a sua prova realizada no Kuwait nos
Campeonatos Asiáticos deste ano e a música que tocou no lugar do hino
nacional do Cazaquistão foi a paródia feita para o
filme “Borat”, o irreverente e castiço repórter cazaque, criado pelo hilariante
Sacha Baron Cohen. O tema do pseudo-hino vangloria as exportações de potássio
do país e o facto do Cazaquistão ter as prostitutas mais limpas da região. Por demais justificado o embaraço da atleta.
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