Ao abrir a carteira surpreendi-me com a quantidade de cartões que por lá se vai acumulando. Surpreendente tanto mais porque quem me conhece sabe o quão organizado sou e a facilidade com que me livro das coisas. Mas o que é certo é que esta espiral "cartaonofila" atinge tudo e todos sem dó nem piedade.
Aos cartões bancários somamos os cartões de identificação (e bem haja o Cartão de Cidadão), os cartões de fidelização das marcas e lojas, os cartões de pertença a clubes ou agremiações, cartões de transporte e de estacionamento, de seguros. Uma infindável catadupa de plástico que veio tomar conta das nossas vidas. Para os "clássicos" do papel ainda temos os tradicionais cartões-de-visita, praga pela qual somos todos culpados e ai de nós que nos esqueçamos de ter sempre uns quantos connosco.
Ousaria dizer que é (quase) possível traçar o perfil de uma pessoa pelos cartões que ostenta. A sua identidade, o local onde nasceu, os seus gostos e hábitos, os sítios que frequenta. Adoptando um conhecido provérbio popular afirmaria "diz-me com que cartões andas e eu dir-te-ei quem és".
Pensado bem isto até pode funcionar a nosso favor. Imagine-se quando conhecemos uma nova pessoa. Em vez de sermos directos, encetamos um discurso enrolando e infindável, a típica conversa de "chacha", que aos poucos, e se tivermos sorte, vai-nos dando uma pálida imagem da pessoa à nossa frente.
As dores de cabeça e os equívocos de que nos livraríamos se pudéssemos simplesmente pedir a quem entra nas nossas vidas que nos fizesse um apanhado dos seus cartões ou que os colocasse em cima da mesa e sermos nós próprios, numa "sui generis" leitura de cartas, a estabelecer o seu retrato.
Fica a sugestão...
As dores de cabeça e os equívocos de que nos livraríamos se pudéssemos simplesmente pedir a quem entra nas nossas vidas que nos fizesse um apanhado dos seus cartões ou que os colocasse em cima da mesa e sermos nós próprios, numa "sui generis" leitura de cartas, a estabelecer o seu retrato.
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