Se é indesmentível que a era do
digital tornou as comunicações mais céleres e flexíveis, não menos é que
as mesmas ganharam o cunho de impessoais e híbridas. A cadência e a
forma como são apresentadas tornou-as mecânicas.
No ritmo desenfreado do dia-a-dia
somos bombardeados com emails, sms e mensagens nas redes sociais. O nosso
papel não se limita a ler estes registos, na verdade estamos “obrigados”
a interpretar o seu sentido, a decifrar o
estado de espírito do nosso interlocutor.
Se há mensagens que não deixam
dúvidas, parte significativa, pelo contrário, configura verdadeiros
enigmas quanto à predisposição de quem as manda.
Quantos de nós já tiveram problemas
ou pequenos mal entendidos com colegas de trabalho, amigos, ou com as
respectivas caras-metades? A maioria, por certo.
Como detectar a ironia, o sarcasmo, as segundas intenções?
Falando olhos nos olhos, facilmente
um elogio se tornaria um insulto e vice-versa. Um pretensa frieza seria
na verdade timidez ou falta de confiança. Uma simpatia exacerbada
estaria a esconder uma antipatia pessoal ou indiferença.
O que é certo é que na “aldeia
global” de hoje estamos cada vez mais distantes uns dos outros. A ideia
de comunidade é falaciosa, na verdade a solidão é a nota em crescendo
neste verdadeiro artifício digital.
Aqui está um bom ponto de vista! Gostei do texto. Levanta questões bastante pertinentes ao nível das redes sociais. "O que é certo é que na “aldeia global” de hoje estamos cada vez mais distantes uns dos outros." Não podia estar mais de acordo ;)
ResponderEliminarObrigado pelo contributo e bem-vindo ao blog.
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