Foi com tristeza e estupefacção que vivi ontem as
notícias de mais um cobarde atentado, desta vez em plena maratona de Boston,
que vitimou três pessoas, entre elas uma criança de 8 anos, momentos após ter abraçado o pai na linha de chegada. A mãe e a irmã estão internadas em estado
crítico.
Entre os perto de 150 feridos, pelo menos 17 encontram-se
em estado grave, como o caso de dois irmãos de 31 e 33 anos que assistiam
serenamente à corrida.
Os “corajosos” energúmenos carregaram os explosivos
com rolamentos, pregos e estilhaços de metal, multiplicando-se por isso os casos de
amputações e cortes profundos.
Conheci Boston no Verão de 1994 e guardo as imagens de
uma cidade calma, segura, repleta de espaços verdes e uma soberba oferta
cultural nos seus imensos museus, exposições a animação de rua.
Recordo-me de uma cidade de pessoas simpáticas,
prestáveis, com um nível cultural médio elevado (não fosse o local onde está
sedeado Harvard), naquela que pode ser designada nos seus comportamentos e
costumes como a “cidade mais europeia dos Estados Unidos”.
O terrorismo é uma ameaça global e o seu maior trunfo
é a cultura de medo que nos acorda violentamente de tempos a tempos com ataques
como o de ontem. Sabemos que vai acontecer, só não sabemos o "onde" e o "quando".
Não vou entrar por certo no diapasão que certo
tipo de pessoas gosta de entoar nestes momentos, que “todos os dias há
atentados e não se vê uma indignação na opinião pública e nos media como sucede
quando há um atentado contra interesses europeus ou americanos….há cidadãos de
primeira e de segunda”. Para mim um atentado é um atentado, independentemente
de ser na Europa, EUA, Iraque ou na Conchichina.
Somos por natureza associativos e
cultivamos uma certa cultura de identificação com o que nos é mais próximo, pelo que é natural que
certos atentados nos causem um maior alerta e choque imediato do que outros.
Mas isso não invalida nem diminui o mesmo sentimento de revolta que sentimos
quando vemos ataques hediondos contra alvos civis, vitimas indefesas alheias a
qualquer conflito político, militar ou ideológico. Talvez estejamos menos
susceptíveis, mais frios é um facto mas isso também se deve à injecção diária
de acontecimentos semelhantes em determinadas partes do mundo que são debitadas
diariamente em qualquer espaço informativo.
Quero deixar o meu sentido voto de pesar a todos
aqueles que sofrem diariamente com a infâmia destes actos perpetrados por
cobardes, onde quer que se encontrem. Que se faça justiça!
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