Futebol sem polémicas não é futebol ou pelo menos assim pensarão muitos.
Há uma crescente moda entre os treinadores de futebol que se anuncia com um
“Eu não falo de arbitragens mas…”
É vê-los nas “pré” e “pós” conferências de imprensa a entoarem as suas
ladainhas quando não conseguem encontrar melhor desculpa para a falta de
resultados.
Com medo de eventuais sanções ou simplesmente porque não fica bem estar
constantemente a bater no homem do apito, os “treinadores da bola” arranjaram
este expediente, este “diz que (não) disse” para lançarem todos os impropérios
e acusações sobre o “Sistema”, os árbitros e, variadas vezes, sobre os entes
queridos dos mesmos.
Vou concretizar com algumas frases-chave bastantes utilizadas:
“Eu já disse (e repito) que não falo de arbitragens mas…há factores
externos que condicionaram a nossa equipa”.
Então se não estamos a a falar de arbitragem, estamos a falar de quê? Que
misteriosos factores externos serão estes?
Serão factores meteorológicos que afectam os jogadores? A conjuntura
macroeconómica? O cardápio antes do jogo? Alguma perversa conspiração
intergaláctica?
Outro exemplo:
“Eu não falo de arbitragens mas toda a gente viu que fomos claramente
prejudicados…Faltas por marcar, foras-de-jogo mal assinalados, dualidade de
critérios…Uma vergonha!”
Ora bem, alguém me elucide então...Que deverá ser entendido então como falar sobre a arbitragem?
Será comentar o uniforme do juiz da partida? “ O árbitro vestiu-se de
fúchsia o que atrapalhou a dinâmica da equipa” ou “o amarelo fluorescente
condicionou a visibilidade dos meus jogadores”.
Em alternativa, uma dissertação sociológica sobre a arbitragem como factor
de crispação entre grupos antagónicos?
No início deste ano, por ocasião do Benfica-Porto, Vítor Pereira, treinador
dos dragões, desatou num verdadeiro arraial de pancada verbal sobre tudo e
todos. Curioso é que, ainda umas semanas antes, Pinto da Costa havia afirmado
(em resposta a um dirigente benfiquista) “ Estar sempre a falar de árbitros é
ridículo e estúpido. E como há muito estúpidos vai-se continuar a falar.”
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