terça-feira, 9 de abril de 2013

“Pancadinhas nas Costas”



As “pancadinhas nas costas” tornaram-se o expediente de eleição em tempos de crise para, supostamente, premiar o mérito ou reconhecer o sacrifício dos cidadãos.

Os políticos usam e abusam deste artifício nas suas declarações, elevando, de forma perniciosa, os “esforços” desenvolvidos pelos portugueses enquanto continuam aburguesados nos seus tachos e poleiros.

As empresas utilizam-nos avulso para “elogiar” o bom desempenho dos trabalhadores ao invés de melhorarem as suas condições remuneratórias e de trabalho.

Adensa-se o cenário negro, contam-se histórias do “bicho papão”, quase que se exigindo aos trabalhadores um agradecimento aos céus por terem tão generosos benfeitores que lhes garantem um posto de trabalho…ainda que a troco de meia dúzia de patacas e horários cada vez mais “flexíveis”. Adoro este eufemismo!

Se é um facto que há sectores efectivamente numa situação muito complicada outros há que respiram saúde financeira mesmo em contraciclo. É criminosa a invocação desta linha de argumentação quando os corpos dirigentes e os accionistas das referidas empresas se banqueteiam com lucros e mais lucros.
Hipocrisia? Indiferença? Ou simplesmente uma alienação total da realidade em que vivemos?

Como li no outro dia nas linhas de um livro “Isso de ganhar a vida é coisa de gente medíocre!”…mas atenção…as “pancadinhas nas costas” tendem com o tempo a dar resposta à “lambada nas trombas”.

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