As
“pancadinhas nas costas” tornaram-se o expediente de eleição em tempos de crise
para, supostamente, premiar o mérito ou reconhecer o sacrifício dos cidadãos.
Os políticos
usam e abusam deste artifício nas suas declarações, elevando, de forma
perniciosa, os “esforços” desenvolvidos pelos portugueses enquanto continuam
aburguesados nos seus tachos e poleiros.
As empresas
utilizam-nos avulso para “elogiar” o bom desempenho dos trabalhadores ao invés
de melhorarem as suas condições remuneratórias e de trabalho.
Adensa-se o
cenário negro, contam-se histórias do “bicho papão”, quase que se exigindo aos
trabalhadores um agradecimento aos céus por terem tão generosos benfeitores que
lhes garantem um posto de trabalho…ainda que a troco de meia dúzia de patacas e
horários cada vez mais “flexíveis”. Adoro este eufemismo!
Se é um facto
que há sectores efectivamente numa situação muito complicada outros há que
respiram saúde financeira mesmo em contraciclo. É criminosa a invocação desta
linha de argumentação quando os corpos dirigentes e os accionistas das
referidas empresas se banqueteiam com lucros e mais lucros.
Hipocrisia?
Indiferença? Ou simplesmente uma alienação total da realidade em que vivemos?
Como li no outro
dia nas linhas de um livro “Isso de ganhar a vida é coisa de gente
medíocre!”…mas atenção…as “pancadinhas nas costas” tendem com o tempo a dar
resposta à “lambada nas trombas”.
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