Antigamente
as coisas eram feitas para durar, hoje para facturar.
A
falta de qualidade é transversal e por demais evidente, seja nos automóveis, na
roupa, nos eletrodomésticos, nos móveis ou na própria construção da casa.
Vivemos a era do plástico, do contraplacado, do descartável. São os tempos do "paga, usa e deita fora!" É a sociedade do consumo na sua plenitude. Irónico quando o momento é de poupar, de preservar.
Os
fabricantes, movidos pela mais pura ganância, não olham a meios para atingir o
lucro. O que é preciso é vender.
Transferem-se
as fábricas para onde se pague menos, reduz-se a qualidade dos materiais,
dá-se-lhes uma embalagem bonita. Embalagem essa que esconde no seu âmago um
relógio de validade em acelerada contagem decrescente.
Os
automóveis duravam uma vida. Passavam de pais para filhos, neles tínhamos as
primeiras lições de condução. Hoje ao fim de quatro, cinco anos são uma fonte
de problemas…quando não menos.
As
casas eram sólidas, resistentes. Agora, ao fim do primeiro ano, mostram as
primeiras rachas, as marcas de humidade, isto já para não falar da má
insonorização e deficiente isolamento térmico.
Quanto
à roupa, direi que por vezes mais se assemelha a um trapo velho depois da
primeira utilização. E enganem-se aqueles que pensam que me refiro, em
particular, às marcas no segmento de uma Zara ou de uma Pull & Bear. É por
vezes nas marcas ditas “premium” que
acabamos por encontrar os produtos de menor qualidade.
Os
móveis façam-nos de esferovite, pelo menos entenderíamos a sua rápida
degradação.
Não
me posso esquecer da genial justificação de um técnico do IKEA que questionado
sobre o lastimável estado de umas cómodas ao fim de poucos dias respondeu “Sabe,
estes móveis têm dado problemas…é da humidade. Já montei uns na Quinta da
Marinha e ficaram na perfeição!”…Palavras para quê?
Para
além do tom jocoso da minha resposta “pois, imagino que vá lá muitas vezes…”, o
resultado saldou-se na substituição, por mais de uma vez, das cómodas ou parte
destas, sendo que ao fim de pouco mais de dois anos já têm um destino traçado…o
LIXO!
A
marca entrou na minha lista negra mas atenção…Nem sempre o caro é sinónimo de bom!
Em
jeito de conclusão, a recomendação que vos faço é que se tiverem “antigo”
estimem, reciclem, restaurem. Se, pelo contrário, optarem pelo “novo”…muito
cuidado…pois arriscam-se a comprar gato por lebre.
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