Ora bem, hoje venho falar-vos de
uma espécie muito peculiar à qual simpaticamente dou o nome de “fardinhas”.
Os fardinhas são, nem mais nem
menos, aqueles indivíduos que por usarem uma farda ou “aparência de farda”
consideram que ficam munidos de uma pretensa autoridade.
Este comportamento é muito
característico em seguranças, porteiros de discoteca mas também atinge por
vezes contínuos de escolas, funcionários de repartições públicas, entre outros.
Noutros casos, sendo aí uma
condicionante agravada, é diagnosticável em alguns polícias e militares, que
dotados de facto de algum poder têm extrema dificuldade em lidar com este
confundindo-o com fanfarronice. Esquecer-se-ão por certo que a autoridade que
lhes é conferida tem por objectivo a protecção dos cidadãos e que isso acarreta
uma grande responsabilidade.
Mas voltemos aos “fardinhas” na
sua verdadeira acepção.
Estou certo que todos vocês já
tiveram alguns atritos ou altercações com estes seres. Todos nós passámos,
sobretudo na adolescência, pelo escrutínio de uns tipos meio agorilados,
geralmente vestidos de preto e cabelo curto, que entre grunhos e sons guturais ditavam
se tínhamos o direito ou não de frequentar determinado espaço.
Veja-se agora no Brasil a
imbecilidade dos porteiros da discoteca Kiss, no estado do Rio Grande do Sul, que
acharam que uma multidão em pânico e aos gritos era na verdade um grupo de
caloteiros que queria sair sem pagar e por isso toca a barrar a entrada. Não sei
se a estupidez resultou da inalação de fumos ou do cruzamento deste com os
esteroides e outros anabolizantes. Apesar de haver responsáveis com muitos mais
culpas no cartório, o comportamento criminoso destes indivíduos ajudou certamente
a que mais de 240 jovens perdessem a vida.
Quanto aos seguranças, há sempre
aqueles que se acham uma espécie de polícias ou Chuck Norris de trazer por
casa, julgando na sua pequenez que as fardas lhes conferem algum título
especial. Talvez esteja a ser injusto, não nos esqueçamos que a farda vem
geralmente acompanhada de, tenham medo, um auricular…e uma lanterna…quiçá um
apito!
Acho mal que se faça isto, não é
sério…Que se dê pelo menos aos rapazes uma pistola de água e umas algemas
daquelas felpudas para que possam brincar ao faz-de-conta como deve ser.
Felizmente posso dizer que me
cruzo com várias pessoas que não são assim e que tudo passa por uma questão de
educação e respeito. Percebo que este tipo de funções possa por vezes ser
ingrato mas isso não justifica qualquer comportamento desviante à realidade de
que o seu lugar é de uma espécies de observadores / monitores e que para impor
a autoridade há entidades com atribuições próprias para isso.
Para não dizer que estas “fardas”
são uma capa que escondem um “grande nada”, era bom que quem contrata estas
pessoas passe a ser mais exigente na hora de o fazer. Com números tão elevados
de desemprego por certo não faltarão melhores candidatos, mesmo tendo em conta os
vencimentos baixos.
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