segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

"Maminhas ao Protesto"



Três feministas em topless “atiraram-se” a Silvio Berlusconi, “Il Cavaliere” quando este se preparava para votar em Milão, gritando "basta Berlusconi".



Que Berlusconi é um indivíduo execrável, mafioso e um ordinário, metido em todos os estratagemas possíveis e imaginários, ninguém tem dúvidas mas três mulheres em tronco nu como forma de protesto é como atirar doces a uma criança por se ter portado mal! Bem, a não ser que a intenção fosse provocar-lhe um AVC, é que apesar das muitas plásticas os seus 76 anos não enganam ninguém…Na verdade diria que mais parece um boneco de cera fugido do Madame Tussauds.



As activistas, que foram de imediato detidas pela polícia e literalmente arrastadas do local pertencem ao grupo feminista (?) FEMEN. É uma pena, por certo Berlusconi quereria convidá-las para uma das suas famosas festas “bunga bunga”.


Mas o que é afinal o FEMEN?

O FEMEN foi criado na Ucrânia em 2008. A sua mentora, Anna Hutsol. 

O grupo ganhou grande exposição mediática por ocasião do Europeu de Futebol 2012 na Polónia e Ucrânia, protestando contra o chamado “turismo sexual” e a exploração de mulheres. 



A sua forma de luta é por demais conhecida. Grupos de jovens de “maminhas ao leu” e frases de ordem escritas na pele, dão literalmente o corpo ao manifesto, insurgindo-se contra temas tão distintos como a corrupção, abuso de poder, sexismo e direitos homossexuais, guerra e capitalismo, até à dura condenação das principais instituições religiosas. O próprio Bento XVI teve direito a um miminho destas raparigas na despedida.


Esta actuação tem sido no mínimo controversa, suscitando quer fervorosos aplausos, pela ousadia e coragem, quer duras criticas, nomeadamente por parte de outros grupos feministas, que as acusam de sede de protagonismo e por a forma de protesto escolhida desvirtuar ou fazer passar para segundo plano as mesmas causas que alegam defender.



O FEMEN responde, arguindo que “Esta é a única forma de sermos ouvidas no nosso país. Se organizássemos simples protestos com cartazes nunca teriam prestado atenção às nossas reivindicações”.




O que é certo é que ninguém fica indiferente a este fenómeno, definido como “feminismo radical”, que tem cada vez mais seguidoras, levando a sua luta a outros palcos como Moscovo, Londres, Paris (onde recentemente abriu uma delegação) e agora Milão. Objectivo, tornar o FEMEN o maior e mais influente movimento feminista da Europa.
 
Quanto a esta última acção, o site do FEMEN noticia que "Três 'sexestremistas' do FEMEN levaram a cabo um ataque contra o idiota Berlusconi quando ele se preparava para votar". O grupo apelidou o antigo primeiro-ministro como um "pervertido sujo", defendendo que a Itália "não deve votar em alguém que deve estar na prisão".



Confesso que, enquanto homem, se nas primeiras manifestações ainda encarei os protestos como algo irreverente e que, eventualmente, podia mexer com algumas consciências, hoje em dia com a sua massificação sou levando a concordar que a rebeldia deu lugar ao ridículo e que as suas militantes mais se assemelham a um grupo de jovens seminuas histéricas a curtir um “trip” qualquer. No limite fica a boa disposição, sendo certo que ninguém se importa de ver umas maminhas a mais. O efeito esse, a ter já existido algum, perdeu-se.





E agora a palavra é vossa. Quero saber a vossa opinião, sobretudo a das mulheres. Concordam? Discordam? Tem alguma influência? Faz sentido?

2 comentários:

  1. Para mim não faz qualquer sentido e tal como dizes a ter surtido algum efeito já se perdeu. Julgo que "dar o corpo" ao manifesto, literalmente e desta maneira não faz qualquer sentido. Sem falsos moralismos não dignifica de forma nenhuma as mulheres e acaba por as fazer parecer ridículas.

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    1. Sem dúvida, não que não reconheça méritos à forma do protesto...brincadeirinha,mas sem dúvida quenão diginifica em nada as mulheres, relegando para 2ª plano a transmissão de algumas mensagems realmente importantes.

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