Hoje é dia de clássico na Luz,
Benfica e Porto disputam aquele que promete ser um duelo intenso ao longo dos
90 minutos.
Numa casa que se espera cheia,
águias e dragões lutam pelo primeiro lugar, num campeonato cada vez mais a
dois.
O clássico Benfica-Porto encerra
em si mais do que um mero jogo de futebol, embora na verdade a normal
rivalidade que possa existir entre Norte e Sul, Porto e Lisboa, é muito mais
empolada por discursos regionalistas bacocos e falsos divisionismos do que
propriamente por questões de fundo.
Em nada se pode comparar um
Benfica-Porto à dimensão e contexto sócio-político de um Real Madrid –
Barcelona. Não há igualmente quaisquer clivagens históricas e religiosas que assistem
a um Celtic de Glasgow (católicos) - Glasgow Rangers (protestantes e unionistas).
Munidos de um discurso populista,
porque não dizer incendiário, certos dirigentes e agentes desportivos tornaram
uma rivalidade que deveria ser resolvida no tapete verde do jogo numa
verdadeira batalha de ódios primários que em nada contribui para a beleza do
espectáculo e, pelo contrário, acarreta em si comportamentos hediondos daqueles
que se deixam contagiar por estas pseudo-querelas e divisionismos de algibeira.
Confesso que como Benfiquista
ferrenho que sou tenho um particular “desencanto” pelo Porto clube, não cidade
nem, em regra, as suas gentes. Como lisboeta também que sou cria-me uma certa
ira ouvir papaguear expressões abjectas como “Nós só queremos ver Lisboa a
arder”. No entanto há que ser superior a isto e entender que em jogo nada mais
está do que uma partida de futebol e que depois do apito final do árbitro tudo
volta à normalidade.
O meu desejo é por isso que o
jogo se dispute num ambiente de respeitosa rivalidade, que se assista a uma boa
partida e, sem falsas demagogias, que vença o Benfica.
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