Muito apreciado pelo sexo
feminino, recém-apaixonados e românticos incuráveis, a comédia romântica é o típico
filme-pipoca em que a ficção em muito ultrapassa, porque não dizer distorce, a
realidade.
Os clichés, os lugares-comum, a
piada e a lágrima fácil são presença incontornável.
Ousaria dizer que a comédia
romântica é tão surpreendente quanto um combate viciado e tem tanto de
verosímil quanto um político em plena campanha eleitoral.
A premissa-chave, o amor
impossível entre um homem e uma mulher ditado por razões sociais, económicas ou
de mera personalidade.
Ao contrário do mito do “príncipe
encantado” de que tanta gente fala, afirmaria que o personagem masculino nestes
filmes é essencialmente retratado como o “cavaleiro errante”, o duro com
coração mole que no fundo se sente só e quer ser apenas amado, mesmo que no
início do filme prefira partilhar o leito com 1001 mulheres…Qual Hugh Hefner!
A mulher, por seu lado, surge
geralmente como a idealista inveterada ou a eterna sonhadora que crê na analogia
do “amor e uma cabana” mas que se encontra profundamente desiludida com os homens.
Usando alguns personagens
recorrentes: Ele é o playboy incurável, ela a feminista aguerrida; ele é o
poderoso magnata, ela a apaixonada proprietária de um pequeno negócio de família; ele é o egocêntrico menino mimado da grande cidade, ela a doce mas
ingénua rapariga acabada de chegar da província…
Hoje em dia, porém, na promoção
da justa equidade de géneros, os papéis vão-se invertendo cada vez mais. Ela
agora é a mulher de negócios de sucesso ou a actriz famosa, ele o bom rapaz
desconhecido.
A estrutura já a sabemos:
1. Boy meets girl, girl
meets boy. No
“primeiro round” detestam-se ou, na melhor das hipóteses, ignoram-se.
2. Dizem aos respectivos amigos que
não o/a suportam. "Ele/ela é insuportável!Que ódio"
3. Apaixonam-se, fingindo-se para si próprios muito surpresos…Comoção
geral.
4. Um súbito e inesperado evento
deita tudo a perder...É a desilusão, a tristeza! No cinema desdobram-se os
lencinhos para limpar as lágrimas.
5. O apoteótico final… Quanto tudo
parecia perdido, lá vem a injecção de romance de algibeira, porque o amor tudo
vence, tudo é esquecido… E viveram felizes para sempre…The End! (Ouvem-se
suspiros, passarinhos cantam, magia no ar…).
Em suma, diria que a comédia
romântica, salvo raras excepções (Chocolate, Notting Hill, Pretty Woman, Feitiço do Tempo, entre outros) é uma
tortuosa maneira de passar o tempo, sorvendo algo com a substância de uma qualquer revista
Maria. No duelo entra a comédia romântica e o conjunto de facas japonesas da TV
Shop, que venha o tédio e escolha!
Eheheheh :)))
ResponderEliminarNem mais...excluo o Chocolate, evidentemente, de resto, comédias românticas não são de todo a minha praia.
No final ainda sou capaz de descobrir maior utilidade nas facas japonesas...conseguem ser mais surpreendentes :D
Beijos*
Olha que estava a precisar de umas Eduarda lol, sem dúvida úteis. Beijo
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