Os elevadores são laboratórios privilegiados para o estudo do comportamento humano. Estas cápsulas do sobe e desce são palco de uma vasta panóplia de comportamentos e emoções. Um filão que bem explorado seria um verdadeiro festim para antropólogos, sociólogos e psicólogos…O retrato fidedigno do Homem urbano do séc. XXI. Houvera uma câmara de filmar em cada e…Hold on, wait a second...You dirty, dirty minds… Não, não estou a pensar em certos comportamentos mais “acalorados” associados a súbitas e inesperadas paragens do elevador. Claro que lhe reconheço o potencial concretizador de determinadas fantasias…que atire a primeira pedra quem nunca pecou! Mas, e voltando ao tema, não era essa a minha intenção. Estou sobretudo a pensar em situações como as seguintes:
- A incontrolável vontade de rir que nos parece querer afectar quando estamos no elevador com um estranho;
- A inesperada meditação contemplativa de algum ponto no tecto ou dos sapatos durante o trajecto;
- O súbito ataque de tosse;
- A miúda do decote generoso que não passa despercebida quer a homens ou mulheres;
- O Sr. ou Sra. Obesa que nos faz instintivamente olhar para a placa com o limite de peso e proceder a um rápido exercício de cálculo enquanto vamos temendo pela vida …”Será que está gaita aguenta?!”;
- O autêntico desespero e frustração que nos toma quando estamos atrasados para chegar a algum lado e o chato do vizinho mais parece que decidiu fazer mudanças.
Curioso é observar quando o elevador bloqueia a estranha onda de solidariedade que se parecer formar entre aqueles que momentos antes eram perfeitos desconhecidos. Quem não sabe não estará aqui a resposta para a resolução de muitos conflitos e da própria crise económica! Era juntar nestes cubículos durante algumas horas os principais líderes mundiais e sairiam por certo abraçados a cantar “Friends will be Friends…” (pronto, esqueçam a Merkel, quanto a essa não há nada a fazer...).
O elevador tem ainda outras estranhas valências, tais como:
- A de jukebox (a deprimente musiquinha ambiente);
- A cabine de sauna (meu deus, o calor!);
- A câmara de tortura (quando a pessoa que nos precede ou acompanha parece ter abusado ou, ainda pior, ter-se completamente esquecido do desodorizante).
Para finalizar gostava de esclarecer os meus colegas do longínquo 8º ano (já lá vão quase 20…) que cheguei mesmo atrasado à aula de Francês porque fiquei preso no raio do elevador. É que na altura ninguém me levou a sério, nem a própria professora! A injustiça!
E
vocês, caros leitores, que histórias passadas no elevador têm para
contar? Aceita-se com bolinha vermelha depois das 22!
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