sábado, 13 de outubro de 2012

Era uma vez uma Biografia...



Já repararam na velocidade a que saem hoje em dia novas biografias? É que nem o Concorde chega tão rápido a Nova Iorque!

Antigamente as biografias surgiam como prémio ou homenagem às muitas Primaveras vividas por alguém, muitas vezes a título póstumo.

Contavam-se as memórias de poetas, políticos e soldados. Enalteciam-se os feitos de conquistadores, reis e desportistas. Homenageavam-se lendas e ícones.

A biografia era como um Goya, um Emmy ou melhor um Óscar de carreira...embora tal escolha fosse por vezes muito discutível é certo.

Dos vilões também reza a História, por isso também estes estavam presentes, fosse como aviso para memória futura ou num sombrio registo autobiográfico.

Hoje em dia qualquer "jogador da bola", Justin Bieber ou Paris Hilton desta vida tem direito a ver a sua história contada antes dos 30.

Mas que raio tem esta gente para dizer? Que úteis ensinamentos? Que iluminada lição de vida para transmitir ou evitar?

A vida de muitos destes pseudo-ícones nem com o aproximar do "seu Inverno" daria material suficiente para escrever um livro ou pelo menos algo digno desse nome.

Estes registos literários estão para a vida como as ejaculações precoces para o sexo. Chegam depressa e deles ninguém guarda memória.

Pior é que a todo este quadro ainda temos que juntar o facto de que muitos dos visados não teriam sequer capacidade para escrever duas frases, quanto mais um livro. Há profissionais pagos que fazem inclusive pretensos registos autobiográficos destas “celebridades”. É o fast food da decadência literária! 

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