Já repararam na velocidade a que saem hoje em dia
novas biografias? É que nem o Concorde chega tão rápido a Nova Iorque!
Antigamente as biografias surgiam como prémio ou
homenagem às muitas Primaveras vividas por alguém, muitas vezes a título
póstumo.
Contavam-se as memórias de poetas, políticos e
soldados. Enalteciam-se os feitos de conquistadores, reis e desportistas.
Homenageavam-se lendas e ícones.
A biografia era como um Goya, um Emmy ou melhor
um Óscar de carreira...embora tal escolha fosse por vezes muito discutível é
certo.
Dos vilões também reza a História, por isso
também estes estavam presentes, fosse como aviso para memória futura ou num
sombrio registo autobiográfico.
Hoje em dia qualquer "jogador da bola",
Justin Bieber ou Paris Hilton desta vida tem direito a ver a sua história contada antes dos 30.
Mas que raio tem esta gente para dizer? Que
úteis ensinamentos? Que iluminada lição de vida para transmitir ou evitar?
A vida de muitos destes pseudo-ícones nem com o
aproximar do "seu Inverno" daria material suficiente para escrever um
livro ou pelo menos algo digno desse nome.
Estes registos literários estão para a vida como
as ejaculações precoces para o sexo. Chegam depressa e deles ninguém guarda
memória.
Pior é que a todo este quadro ainda temos que
juntar o facto de que muitos dos visados não teriam sequer capacidade para
escrever duas frases, quanto mais um livro. Há profissionais pagos que fazem
inclusive pretensos registos autobiográficos destas “celebridades”. É o fast food da decadência literária!
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