Num país que ao que parece já não vai de tanga mas nu,
não bastando as penosas (para não dizer criminosas) medidas de austeridade
(perdão, de “Consolidação Orçamental”), vemo-nos ainda confrontando com um
défice (palavrão tão em voga) na relação entre serviços prestados e valor pago.
Hoje falarei apenas nos transportes colectivos.
Para quem trabalha no centro de Lisboa como eu, o metro é
sem dúvida o transporte de eleição.
Ainda numa data não muito distante andar de metro
significava poupar tempo e dinheiro. Meio de transporte rápido, confortável,
acessível, levava-nos aos principais pontos da cidade.
Hoje em dia andar de metro é uma aventura ou melhor é uma
autêntica tortura (que essa história do Sado-Maso é coisa para meninos).
A fusão do Metro de Lisboa com a Carris, entendo-se as
razões de fundo para tal, foi o gatilho de todo um processo autodestrutivo na
qualidade do serviço prestado. O preço tem disparado de forma vertiginosa e o
novo “Passe Navegante”, triste homenagem aos nossos antepassados, tornar-se-á
obrigatório para todos a partir de Janeiro. Mas por que raio quero eu pagar
mais para ter acesso à rede Carris e CP se só pretendo andar de Metro? Muito
atenciosos estes senhores sem dúvida, ver se não me esquece de lhes comprar uma
“lembrancinha” pelo Natal.
Diminuíram-se comboios e carruagens, aumentou-se o tempo
de espera, reduziu-se a velocidade (qualquer dia salto da carruagem e prometo
que vou dar um empurrãozinho). As “perturbações na linha” tornaram-se numa
estranha constante. As pessoas perderam a sua individualidade sendo amontoadas
aos magotes, qual carneirada a caminho do matadouro, atropelando-se e
acotovelando-se pelo direito a um espaço cada vez mais exíguo! Estou em crer
que estará para breve a contratação daqueles profissionais japoneses versados
na arte de empacotar pessoas no metro de Tóquio. Já viram algum vídeo? É como
se falássemos de um mega e alucinado jogo de lego humano.
Pelo andar da carruagem (haverá melhor expressão) qualquer
dia pego no capacete, fatinho e bicicleta e ala que se faz tarde!
Assino por baixo este post. Já há alguns meses que pago o triste "passe Navegante" porque, segundo os Senhores do Metropolitano de Lisboa como só passei a ser utilizadora há pouco mais de 5 meses já tenho de pagar a fusão metro/Carris. Sempre me insurgi com esta situação, porque raio tenho eu de pagar a Carris se nunca ando de autocarro?! E segundo desde que utilizo o metro com maior frequência noto que um precurso que era relativamente rápidO passou a levar uma eternidade, enquanto dantes havia um metro de 2 em 2 minutos agora chega a demorar 6 ou 7 para além das interrupções na linha.
ResponderEliminarO que era para mim um precurso simpático, deixar o carro no estacionamento e ir no metro sentada a ler até ao local de trabalho transformou-se no horror dos meus dias!:(